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Estudantes de Medicina do Algarve iniciam greve a estágios

Os estudantes do Mestrado Integrado de Medicina da Universidade do Algarve estão hoje reunidos em plenário e os alunos em estágio no Hospital de Faro avisaram que estão em greve em solidariedade com a direção demissionária do curso.

Os alunos decidiram não comparecer às atividades letivas e entrar em greve na sequência da demissão em bloco da direção do curso de Medicina, na sexta-feira, que acusa o reitor de colocar em causa a autonomia pedagógica do curso através de uma cláusula prevista no novo protocolo assinado entre a universidade (UAlg) e Hospital de Faro.

“Caso o reitor não recue, todos os médicos de família que lecionam no curso e pelo menos uma grande parte dos médicos do Hospital [de Faro] apresentarão a sua demissão em solidariedade com a posição da direção”, disse hoje à Lusa Filipe Gomes, médico interno de Radiologia no Hospital de Faro e assistente convidado no Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da UAlg.

A direção do curso de Medicina do Algarve anunciou a demissão em bloco na sexta-feira, por causa de um novo protocolo preparado devido à recente criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), que junta os hospitais de Faro, Portimão e Lagos.

Segundo aquele médico, o novo protocolo compreende uma cláusula que “coloca em causa a autonomia pedagógica da direção do MIM, de forma inaceitável, e lhe retira a capacidade de garantir a qualidade do curso de Medicina ministrado na UAlg”.

“O reitor elaborou-o [protocolo], ignorando todas as sugestões da direção do MIM da UAlg. De grande significado foi a opção de abrir o controlo da decisão sobre quais os docentes a lecionar no curso de Medicina na UAlg, oferecendo-o em parte ao CHA”, disse Filipe Gomes.

A direção demissionária do curso de Medicina, por seu turno, divulgou no domingo um comunicado, no qual acusa o reitor de “deturpar” as intenções daquela direção e esclarece sobre a “cláusula da discórdia”.

O pessoal docente que irá lecionar nas áreas curriculares no Curso de MIM da UAlg pertencente ao corpo clínico do CHA será, “no caso dos tutores que orientam os alunos nos estágios clínicos hospitalares que decorrem no espaço físico do respetivo Serviço ou unidade funcional, indicado pela UAlg após o acordo dos próprios e dos respetivos Diretores de Serviço/responsáveis das unidades funcionais”, lê-se na nota de imprensa.

A direção propõe também que, “relativamente ao pessoal docente que lecione fora do âmbito do ponto anterior, o mesmo seja indicado pela UAlg após o acordo dos próprios e sendo dado disso conhecimento aos respetivos Diretores de Serviço/responsáveis das unidades”.

O curso de Medicina do Algarve tem cerca de 150 alunos, tendo-se formado 29 médicos desde 2009, ano em que abriu.

Fonte: Diário de Notícias, 21 de Outubro de 2013

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