Paulo Macedo fala ainda na necessidade de evitar que os profissionais de saúde possam trabalhar simultaneamente nos sectores público e privado.
O Estado pode deixar de prestar alguns serviços na área da saúde.
A hipótese foi levantada pelo ministro Paulo Macedo, que defende que o Estado deve manter as grandes unidades de saúde, ou as mais diferenciadas, também por causa da sua ligação ao ensino e à investigação.
Quanto ao resto, o ministro da Saúde não é claro, mas lembra que o Estado não tem, necessariamente, que ser prestador de cuidados: “O nosso pensamento vai no sentido de assegurar um Serviço Nacional de Saúde, mas um Serviço Nacional de Saúde sustentável, mas não só sustentável, porque o SNS não precisa de ser prestador, pode adquirir tudo, o que achamos é que deve continuar a manter grandes unidades diferenciadas no seu seio, porque são essas unidades que têm o ensino, a investigação e a diferenciação”.
Na abertura de um debate sobre o futuro do Estado social, Paulo Macedo apontou caminhos para eliminar ineficiências que, para o ministro, continuam a existir. Uma delas é a separação entre público e privado, ou seja, os médicos que estão de um lado não devem estar também do outro.
“Há que olhar para outro tipo de ineficiência, que não apenas o corte da água, da poupança da electricidade que também se pode fazer, mudando muitas vezes de fornecedor. Há que ir bastante mais fundo e uma questão que se põe é de facto a separação dos profissionais em termos do sector público e privado.”
“Queremos ter um calendário porque obviamente esta é uma das reformas do Estado que não é para 2014, não entra nos quatro mil milhões, mas é uma reforma que tem de ser discutida, tem de ser estudada”, considera Paulo Macedo.
O ministro da Saúde admite ainda rever as convenções que o Estado tem com operadores privados e diz que é preciso resolver o problema das duplas coberturas, seja em relação à ADSE, seja em relação a outros subsistemas.
Fonte: Rádio Renascença, 21 de Janeiro de 2013