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Especialistas contra discriminação de doentes no acesso a medicamentos

Sociedade de Gastrenterologia lamenta a existência de doentes de primeira e de segunda, acusando o Ministério da Saúde de ainda não ter resolvido a situação.

O acesso aos medicamentos biológicos não é igual para todos, alerta a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG).

Para quem sofre de doença inflamatória intestinal é obrigatória uma consulta num hospital público, mas, noutras doenças, dermatológicas ou reumatológicas por exemplo, a prescrição pode ser feita pelo médico assistente. Nestes casos, o paciente tem apenas que levantar os medicamentos na farmácia do hospital público mais próximo.

Uma situação inaceitável, diz o vice-presidente da SPG, José Cotter. “O problema é que as farmácias hospitalares fornecem para algumas doenças e para alguns doentes e inexplicavelmente não fornecem para outras doenças e outros doentes. Isto não há doentes de primeira e doentes de segunda”.

Este responsável fala de uma situação profundamente injusta. “Cerca de 30% dos doentes com doença inflamatória intestinal têm terapêutica biológica para ter um quotidiano tão próximo quanto possível do normal e os doentes, neste momento, estão severamente prejudicados face a outros cidadãos que precisam da mesma medicação”, explica.

“Existem doenças, como é o caso das reumatológicas ou das dermatológicas, em que os pacientes têm acesso à medicação no seu médico especialista, trabalhe ele no sistema público ou trabalhe ele no sistema privado”, acrescenta.

O pedido para que a lei seja alterada está no Ministério da Saúde há vários meses, mas até agora sem resposta.

Fonte: Rádio Renascença, 18 de maio de 2015

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