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Enfermeiros não querem trabalhar mais e receber menos. Há viaturas paradas

A Ordem dos Enfermeiros explica à Renascença que a existência de Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) paradas está relacionada com a recusa dos trabalhadores em completar as escalas de serviço depois de lhes ter sido reduzido para metade o valor pago pelos hospitais.
“Os profissionais consideram que não se justifica o acréscimo de trabalho pelo valor/hora que lhes querem pagar e não se disponibilizam para preencher as escalas das viaturas e as viaturas ficam inoperacionais e paradas nas instituições”, afirma Bruno Noronha.

O vice-presidente da Ordem considera que a situação pode persistir e defende que “tudo tem de ser pensado de modo a que as VMERs estejam disponíveis 24 horas por dia”.

Nuno Noronha diz ainda que está em risco a saúde de muitas pessoas, sobretudo no interior do país. “O mais preocupante é naquelas zonas que são servidas por unidades de saúde sem muitos recursos para mobilizar. Estou a pensar em toda a zona que vai de Trás-os-Montes, pela Guarda, Castelo Branco, entre Portalegre e Évora.”

“Situação altamente complicada e preocupante”
Contactada pela Renascença, a presidente da Associação de Administradores Hospitalares reconhece a existência de problemas pontuais, relacionados com a constituição de equipas para as viaturas.

“O que resulta da intervenção das administrações hospitalares é a questão dos recursos humanos, porque o resto da operação depende do INEM. Naquilo que se refere à composição das equipas que asseguram o funcionamento dessas viaturas, por vezes há problemas que resultam da incapacidade de garantir as equipas de recursos humanos e situações em que as viaturas ficam inoperacionais, que é uma situação altamente complicada e preocupante”, afirma Marta Temido, afastando qualquer responsabilidade dos hospitais.

O último caso conhecido de falha de uma viatura de emergência numa situação urgente ocorreu no dia de Natal, depois de um acidente rodoviário provocado por um cavalo, perto de Évora. A administração do hospital local confirmou que “a VMER estava momentaneamente inoperacional”.

O acidente envolveu dois automóveis e causou quatro mortos e quatro feridos graves. Segundo uma ronda feita pela agência Lusa nos últimos meses, pelo menos outras quatro viaturas estiveram temporariamente inoperacionais: as de Portalegre, Guarda, Faro e Torres Vedras.

Fonte: Rádio Renascença, 14 de Janeiro de 2014

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