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Enfermeiros em vigília contra aumento de horário

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses mantém-se em vigília frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, desde a tarde de segunda-feira, em protesto contra o aumento do horário de trabalho para as 40 horas semanais.

Na segunda-feira, dirigentes do SEP estiveram reunidos no Ministério da Saúde, tendo recebido uma contraproposta ministerial ao caderno reivindicativo que tinha sido apresentado, contou à agência Lusa o enfermeiro José Carlos Martins.

“O Ministério da Saúde continua a não assumir politicamente a manutenção das 35 horas de trabalho semanais para os enfermeiros e nem sequer admite a possibilidade de que as cinco horas adicionais sejam adstritas às áreas de formação ou outras que não impliquem prestação direta de cuidados”, adiantou o responsável do Sindicato.

A vigília dos enfermeiros junto ao Ministério da Saúde começou logo após os dirigentes sindicais terem percebido que a contraproposta apresentada não ia ao encontro das suas pretensões.

“A vigília começou pelas 17 horas de segunda-feira e vai manter-se de forma permanente até quarta-feira às 12 horas”, indicou José Carlos Martins.

Ainda assim, o Sindicato dos Enfermeiros ficou de apresentar uma outra contraproposta ao documento agora entregue pelo Ministério da Saúde e, no dia 31 de julho, as duas partes vão novamente sentar-se à mesa das negociações.

Sobre o aumento do horário laboral para as 40 horas semanais, José Carlos Martins lamenta que o Ministério nem admita margem para haver aumento salarial que compense este aumento de trabalho.

Outra questão em discussão nas negociações é o reposicionamento salarial dos enfermeiros com contrato individual de trabalho.

“O Ministério está a disponível para negociar essa igualização do salário pelos enfermeiros da função pública, mas expressa que essa passagem tem de ser faseada ao longo de três anos e isso para nós é também totalmente inaceitável”, acrescentou à Lusa o dirigente do SEP.

Segundo o mesmo sindicalista, a proposta do Ministério da Saúde fica ainda sem dar resposta a outros “problemas identificados” no caderno reivindicativo dos enfermeiros.

Fonte: Jornal de  Notícias 23 de Julho de 2013

2 Comments

  1. manuela castro

    os enfermeiros apenas demonstram que o burnout é um perigo para os utentes, uma vez que pode implicar questões éticas ligadas á própria segurança dos utentes. Questiono, há outras profissões em que existem trabalhadores com diferentes horários- por ex há medicos com horarios de 35h e há medicos com horários de 42h e respectiva recompensa salarial,; porque não pode suceder o mesmo aos enfermeiros? Somos licenciados, alguns com especialidades. Porque sinto que somos desvalorizados?é desmotivante,no mínimo.Até porque se se fizer um estudo cuidado dos indicadores de desempenho das diversas instituições depressa se verifica quem é cumpridor. é inadmissivel num grupo de quatro funcionários, aos fins de semana estarem todos a receber horas extra com excepção do enfermeiro; que até cumpriu as 35h de segunda a sexta feira.Desculpem o desabafo, mas não poderia deixar de me expressar.

  2. Carmo Silva

    Por acaso ja confirmaram que os enfermeiros são ps. Únicos técnicos de saúde que fazem a totalidade das horas semanais na presença do utente e não são pagos para tal. Apesar de cumprirem e estarem envolvidos na elaboração dos procedimentos da qualidade dos serviços de saúde, perderem muito do seu tempo na elaboração de registos nos processos dos utentes, planeamento do seu projecto profissional,formação em serviço e educação para a saúde, não usufruem no seu horário de trabalho de “horas não assistenciais ” como os médicos, os psicólogos e os nutricionistas. estas classes profissionais assinam 35 horas semanais mas só fazem 28 horas com presença do utente e as outras 7 horas são não assistenciais para fazerem registos e não estarem no serviço!!!!
    Mesmo que estes profissionais passem para o horário de 40 horas semanais, vão ser remunerados( classe medica) e continuam a usufruir das 7 horas não assistenciais, logo só vão efectuarem 33 horas semanais.
    Pergunto porque e que os enfermeiros que são os profissionais com maior desgaste físico e psicológico também não usufruem destas 7 horas semanais”não assistenciais” como os outros técnicos de saúde??? Porque e que nas outras carreiras da saúde o índice do vencimento mensal e igual tanto para os CTFP como para os CIT e na classe de enfermagem o ministério da saúde não aplica de igual forma?????

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