O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) vai decidir esta quarta-feira novas formas de luta contra o que considera ser um “ataque à enfermagem”, deixando em aberto a possibilidade de uma greve.
Em declarações esta quarta-feira à agência Lusa, a dirigente do SEP Guadalupe Simões exige que o Ministério da Saúde resolva a questão da subcontratação de enfermeiros a quatro euros por hora, uma situação que se está a registar na área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT).
Segundo o sindicato, o Ministério da Saúde comprometeu-se a agendar uma reunião sobre o assunto e solicitou à Inspecção-geral das Actividades em Saúde (IGAS) uma averiguação sobre a regularidade do processo de contratação.
“Até agora nem relatório [da averiguação da IGAS] nem reunião agendada. Hoje tomaremos as nossas posições em função de uma situação que se mantém e que achamos inaceitável”, declarou Guadalupe Simões.
Os enfermeiros portugueses consideram que esta situação põe em causa a dignidade da enfermagem e é sentida como um “ataque à profissão”.
“Este sentimento é mobilizável para todo e qualquer tipo de protesto”, sublinha Guadalupe Simões à Lusa.
Para os sindicalistas, há umas semanas o país “acordou em choque”, com a notícia de que “os enfermeiros estão a receber menos que o salário mínimo nacional para cuidar dos portugueses”.
Inicialmente, cerca de 70 enfermeiros subcontratados na ARS-LVT receberam propostas para receberem 3,96 euros por hora, para 35 horas semanais. Mais tarde, a empresa que tentou subcontratar os enfermeiros passou a oferecer 4,23 euros, reduzindo para 31,5 horas por semana.
Fonte: RCM Pharma, 25 de Julho de 2012