As farmácias hospitalares estão a racionar medicamentos. Doentes oncológicos, com sida, artrite reumatóide ou com doença de Crohn, em vez de irem uma vez aos hospitais e levantarem a medicação para um mês, são obrigados a deslocações semanais.
Em causa está o facto de a lei dos compromissos obrigar à existência de cabimentação para pagar aos fornecedores. Como a maioria das unidades de Saúde está sem dinheiro, as respectivas farmácias não têm medicamentos.
Para além disso, os próprios laboratórios só fornecerem medicamentos mediante o pagamento imediato.
O alerta vem da Comissão dos Utentes das Caldas da Rainha. Segundo Rui Correia, há receio dos doentes pararem os tratamentos porque não têm dinheiro para irem todas as semanas aos hospitais.
Aida Batista, presidente da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares, adianta que, até agora, nenhum doente ficou sem medicamentos porque as farmácias estão a trabalhar em rede. Ou seja, “emprestam medicamentos umas às outras” para cumprir as necessidades dos utentes.
A responsável sublinha ainda que, dada a conjuntura económica, “não é possível fazer as coisas de outra forma” e que este problema afecta as farmácias hospitalares a nível nacional. “A única maneira de garantir o tratamento é racionar”, diz Aida Batista.
Fonte: Correio da Manhã, 8 de Julho de 2012