Este número continua a pecar por defeito na medida em que os mapas divulgados pela ACSS não incluem várias unidades hospitalares, algumas delas as maiores do país, como é o caso do Centro Hospitalar de São João (que integra os hospitais de São João, no Porto, e o de Nossa Senhora da Conceição, em Valongo) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (Hospitais da Universidade de Coimbra, o Centro Hospitalar de Coimbra e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra). O Centro Hospitalar do Baixo Vouga (Infante D. Pedro, Visconde Salreu de Estarreja e distrital de Águeda), o Centro Hospitalar Tondela-Viseu (Cândido de Figueiredo e São Teotónio) e o Centro Hospitalar de Leiria-Pombal (Santo André e distrital de Pombal) também não estão incluídos nas contas da ACSS.
O decreto-lei que determinou a fusão destes hospitais foi aprovado em Conselho de Ministros a 15 de Dezembro de 2010. Apesar de já ter passado mais de um ano desde a sua criação, a ACSS referiu que os dados serão divulgados “logo que os processos de fusão estejam concluídos”.
No que toca às Unidades Locais de Saúde (ULS) – unidades que agrupam o hospital e os centros de saúde da respectiva região geográfica -, os dados da ACSS revelam que os resultados operacionais pioraram para 26,1 milhões em Novembro, ou seja, mais 10,6 milhões do que o registado no mês anterior. Outro dado importante tem a ver com o facto de só uma das seis ULS apresentar um resultado positivo: a do Alto Minho. Em Outubro, o número de ULS com resultados no vermelho eram três. A do Baixo Alentejo é a que apresenta o pior resultado com 17,2 milhões negativos (mais 4,2 milhões do que em Outubro).
Tendo em conta que estes números indicam que as medidas de contenção aprovadas quer pelo anterior Governo quer já pelo actual não estão a resultar, o PÚBLICO perguntou ao ministério se está a pensar adoptar medidas adicionais para tentar cumprir as metas de redução de custos fixadas no memorando da troika. “Além do fortalecimento dos mecanismos de controlo de gestão, durante 2012 está prevista a implementação das medidas preconizadas pelo Grupo Técnico da Reforma Hospitalar, e reestruturação de serviços de acordo com a revisão da carta hospitalar e revisão das urgências. Igualmente, serão implementadas as medidas específicas na área dos custos com pessoal, medicamento e consumos”, respondeu a porta-voz da ACSS.
Lisboa Norte é o pior
Em relação aos hospitais, só nove apresentaram resultados positivos e, entre estes, só dois – IPO de Coimbra e Fernando da Fonseca (Amadora/Sintra) – conseguiram registar uma evolução positiva neste indicador. Os três centros hospitalares da capital são os que têm os piores resultados. O Lisboa Norte – que também foi a unidade que registou o maior agravamento só em Novembro (mais oito milhões) – lidera este ranking com um total acumulado de 70,3 milhões negativos, seguido pelo Central (36,9) e o Ocidental (33,7). O Centro Psiquiátrico de Lisboa é o que regista o melhor desempenho com um resultado operacional positivo de 319 mil euros, seguido pelo IPO do Porto (277,6) e pelo Amadora/Sintra (168,1).
Fonte: Público, 11 de Janeiro de 2012