O Serviço Nacional de Saúde (SNS) chegou ao final de Maio com um saldo negativo de 167,4 milhões de euros, quatro vezes superior ao registado no mesmo período de 2011.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) chegou ao final de Maio com um saldo negativo de 167,4 milhões de euros, quatro vezes superior ao registado no mesmo período de 2011. Mas as contas poderiam ser positivas, se as instituições tivessem recebido as receitas do Orçamento do Estado , que era suposto receberem.
No sumário da execução financeira do SNS, divulgada na noite de sexta-feira, o Ministério da Saúde explica que houve uma quebra da receita cobrada que se ficou a dever, por um lado, ao decréscimo do próprio orçamento da saúde (-12,1%), mas também ao “desvio negativo de 168,5 milhões face ao valor esperado para o período em análise”.
Na origem deste desvio estão os cativos, de 150 milhões, previstos no OE para a saúde e a “não autorização pela DGO da totalidade do pedido de libertação de crédito do mês de Maio da ACSS”. “Considerando 5/12 da receita do OE, o saldo de Maio seria positivo em um milhão de euros”, lê-se no documento. O Negócios questionou os ministérios da Saúde e das Finanças sobre a actuação da DGO, mas não obteve resposta até ao fecho da edição.
Olhando para o lado da despesa, conclui-se que o sector da saúde tem vindo a cortar gastos. Face a Maio de 2011, a despesa do SNS caiu mais de 200 milhões de euros. Na rubrica mais pesada (a dos subcontratos), os maiores cortes verificaram-se nos meios complementares de diagnóstico (-18,1%), na contratualização com os hospitais EPE (-7%) e nos medicamentos (-5,2%).
Menos urgências e menos idas ao médico de família
Menos despesa, menos actividade. De acordo com dados divulgados também na sexta-feira, registaram-se, em Abril, menos 330 mil atendimentos nas urgências dos centros de saúde e menos 219 mil nas hospitalares. Houve menos 341 mil idas ao médico de família, face a 2011, e menos sessões no hospital de dia. Por outro lado, houve mais consultas hospitalares e consultas médicas não presenciais nos centros de saúde.
Fonte: Negócios Online, 25 de Junho de 2012