O Portugal Value Meeting For Health and Care 2018 surge no seguimento da Conferência ICHOM Portugal [International Consortium for Health Outcomes Measurement], uma iniciativa conjunta da Nova School of Business and Economics, da Nova Medical School e do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, que decorreu em fevereiro de 2017.
Na altura, conforme explica o responsável pela organização do evento e chair da NOVAsaúde | Value Improvement in Health and Care, João Marques Gomes, os stakeholders da Saúde reuniram-se com um objetivo: discutir a importância dos cuidados de saúde baseados em valor.
O ICHOM resulta de uma parceria entre a Harvard Business School, o Karolinska Institutet e o The Boston Consulting Group, tendo sido fundado com o objetivo de “transformar os sistemas de saúde em todo o mundo, através da medição e disseminação dos resultados dos utentes/doentes de uma forma padronizada”.
De acordo com João Marques Gomes, medir os cuidados de saúde com base no valor que estes produzem para o doente é útil para todos os agentes do sistema de saúde, uma vez que esta informação permite que todos passem a fazer escolhas mais informadas, algo que não acontece atualmente. Desta forma, os profissionais de saúde passam a saber quais são as práticas clínicas que produzem os melhores resultados e os gestores das organizações de saúde têm oportunidade de montar sistemas que premeiem o bom desempenho das várias unidades de saúde, na medida em que conseguem identificar e definir esse bom desempenho.
Ou seja, ao invés de se basearem somente em dados quantitativos, os agentes de saúde passam a poder basear-se em dados qualitativos, sabendo o verdadeiro impacto que determinado tratamento ou cirurgia tem de facto na qualidade de vida dos doentes.
Atualmente, não basta conhecer os números, importa antes avaliar o valor que cada intervenção médica tem na vida dos doentes e perceber o que pode ser feito para melhorá-la, defende o vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, José Fragata.
“Até agora, os cuidados de saúde têm sido avaliados, financiados e geridos numa perspetiva de volume, ou seja, de número de casos. Facilmente ouvimos um político dizer: realizaram-se 400 mil cirurgias no hospital y ou 300 consultas na unidade de saúde x. No entanto, esta é uma forma grosseira de avaliar a prestação de cuidados de saúde, sendo que o mais importante é perceber com que qualidade foram prestados e quanto pagaram os utentes por eles”, exemplificou.
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