OCDE revela preocupação com os cortes em programas de combate à obesidade e ao uso abusivo do álcool e do tabaco, áreas onde eventuais poupanças são inferiores aos custos futuros.
Portugal fechou os cordões à bolsa pouco tempo depois de rebentar a crise, em 2008. A “troika” chegou em 2011, mas há mais de um ano que já se estava a gastar menos com a saúde.
Entre 2009 e 2011, Portugal gastou menos 2,2%, revela esta quinta-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Ainda segundo a OCDE, a tendência de corte na saúde é global e afetou um em cada três países. Portugal não foi exceção.
Entre as áreas mais afetadas estão o preço dos medicamentos, dos atos médicos e os gastos hospitalares. O acesso à saúde está também mais limitado e as listas de espera estão a aumentar.
Há mais médicos licenciados, o que não quer dizer que estejam a exercer no país. O relatório aponta para um aumento de 12% entre 2008 e 2011, altura em que havia quatro médicos por cada mil habitantes, mais de metade mulheres. Em comparação com os restantes países da OCDE, Portugal está em quinto lugar, acima da média.
O documento revela preocupação com os cortes em programas de combate à obesidade, ao uso abusivo do álcool e do tabaco, áreas onde eventuais poupanças são inferiores aos custos futuros. Um exemplo disso é a obesidade ou excesso de peso entre crianças, um problema em Portugal, que surge em oitavo lugar, numa lista liderada pela Grécia. Na faixa etária adulta, o país aparece em 16º, abaixo da média.
Em todos os países há mais homens a fumar do que mulheres, mas Portugal está entre os três Estados membros onde as fumadoras têm vindo a aumentar.
Portugal é ainda o quarto país com a taxa mais alta de diabetes em adultos, só ultrapassado pelo México, Brasil e Rússia.
Fonte: Rádio Renascença, 21 de Novembro de 2013