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Cortes e eventual fecho de maternidade podem prejudicar cuidados aos bebés prematuros

Público

Os cortes na saúde ou um eventual encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, podem pôr em causa a “excelente” prestação de cuidados clínicos aos bebés prematuros, disse à Lusa uma das fundadoras da associação XXS.

Em entrevista à agência Lusa Paula Guerra, uma das fundadoras da XXS – Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro, disse estar “muito preocupada” com as notícias sobre os cortes orçamentais na saúde e com um possível encerramento da MAC.

“Temos de chamar a atenção para o facto de que os cortes orçamentais e as alterações a nível logístico podem vir a provocar uma inversão da taxa de sucesso com bebés prematuros em Portugal”, disse, salientando que Portugal tem das melhores práticas em termos de prestação de cuidados clínicos a estes bebés.

Paula Guerra lembrou que um relatório elaborado pela Fundação Europeia para os Cuidados de Recém-Nascidos apresentado no ano passado no Parlamento Europeu indicava que entre os países analisados, apenas Portugal e o Reino Unido têm uma estratégia política nacional com medidas específicas para a saúde neonatal e para as crianças prematuras.

Quanto às notícias que dão conta de um possível encerramento da MAC, Paula Guerra disse que seria um “grande disparate” não só pelo que é a maternidade e o que representa, mas também porque a qualidade do serviço no que se refere aos prematuros iria decrescer.

O Governo está a realizar vários estudos através da Entidade Reguladora da Saúde e do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar para decidir se encerra a MAC, a maior maternidade do país.

Para Paula Guerra, esta situação iria obrigar a uma dispersão de médicos da MAC para outras unidades hospitalares, o que iria prejudicar um serviço que é reconhecido a nível internacional.

“Neste momento existe um serviço que tem uma determinada equipa com grande experiência e com sucesso reconhecido. Se a MAC encerrar, os médicos vão ser colocados em hospitais diferentes, perdendo-se assim o know how, prejudicando os resultados obtidos”, disse, salientando que são muitos os especialistas internacionais que “vem beber da experiência portuguesa com bebés prematuros”.

A XXS é uma associação sem fins lucrativos criada em 2008 por um grupo de pais que viveram a experiência da prematuridade, tendo como missão ajudar pais e bebés a ultrapassar “os momentos mais difíceis das suas vidas”.

Fonte: Público, 7 de Novembro de 2011

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