O ministro da saúde admitiu hoje que os cortes de 11% impostos aos hospitais podem implicar “menos prestação de cuidados médicos”.
Em entrevista à TVI, Paulo Macedo afasta a possibilidade de os cortes nos custos operacionais para 2012, exigidos pelo ministério, ponham em causa a qualidade dos cuidados médicos, mas admite que o risco pode “estar na questão dos horários”. E deu como exemplo as urgências de Lisboa, dando a entender que poderá encerrar alguns destes serviços.
“O Governo pediu um estudo, a nossa prioridade é actuar em Lisboa e Coimbra, onde há excesso deste serviço”, revelou.
Paulo Macedo considera ser “vital” manter urgências mas desde que “sejam sustentáveis” e voltou a manifestar-se contra “a multiplicidade”.
A troika impôs que até 2013 o ministério da Saúde cortasse no mínimo 500 milhões de euros em despesa, mas o Governo decidiu subir este patamar para os 750 milhões. E deu ordens aos hospitais e unidades de saúde do sector empresarial do estado que até ao próximo ano cortassem já em custos operacionais 500 milhões.
Paulo Macedo justifica a dimensão do corte com o cenário que diz ter encontrado no ministério: três mil milhões de euros de dívida do Serviço Nacional de Saúde e 400 milhões de euros ao ano de défice. Já nos hospitais foi encontrado 200 milhões de euros ao ano de dívida.
No que respeita ao aumento da taxa moderadora Paulo Macedo escusou-se a avançar com um número, mas admitiu que ficará “acima da inflação”. O ministro garantiu que os mais desfavorecidos ficarão isentos e que “o aumento vai ter em conta o rendimento das pessoas e será diferenciado entre cuidados primários e hospitalares”.
Sobre a política do medicamento Paulo Macedo apontou como meta para a quota dos genéricos os 27%.
Fonte: Económico, 1 de Setembro de 2011
Interessante saber-se onde e como cortar!