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CNIS quer acordos com hospitais para combater abandono de doentes

Pedido é feito pelo presidente da CNIS no dia em que começa a “Festa da Solidariedade”. Os trabalhos visam encontrar “novos caminhos” para a solidariedade.

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS), padre Lino Maia, defende o estabelecimento de acordos com as unidades de saúde para que as instituições de solidariedade possam dar resposta aos casos de abandono hospitalar.

Lino Maia diz que não há números oficiais, mas a perspectiva geral aponta para um crescente aumento dos casos de doentes abandonados nos hospitais.

O presidente da CNIS diz, em entrevista à Renascença, que tem vindo a ser confrontado com crescentes pedidos de ajuda para este tipo de problema e sugere a concretização de acordos de cooperação com as unidades de saúde para que as instituições possam dar as respostas adequadas.

O abandono de doentes nos hospitais é um assunto não passará à margem da “Festa da Solidariedade”, que este ano é acompanhada por um congresso, subornidado ao tema “Solidariedade: Novos Caminhos, Valores de Sempre”. Os trabalhos decorrem esta sexta-feira e amanhã, no Porto. Adriano Moreira, o ex-líder da CGTP Manuel Carvalho da Silva e o antigo ministro Vieira da Silva são alguns dos oradores.

O que vai discutir este congresso?
Há novos caminhos que se devem percorrer, mas há valores que são eternos, que permanecem. Este congresso pretende abordar os novos caminhos que a solidariedade deve percorrer, mas na fidelidade a valores da solidariedade.

Que novos caminhos são, ou podem ser, esses?
São, sobretudo, novas respostas que se impõem perante situações novas. Temos um país que vem empobrecendo. Vemos o interior do país desertificado. Há necessidade de procurar novas respostas, resposta de proximidade.

As respostas têm de ser diferentes, por exemplo, em razão do contexto, urbano ou rural?
Sem dúvida. Nas zonas mais desertificadas, mais deprimidas, haverá, certamente, que aproveitar equipamentos devolutos, terras abandonadas e criar serviços de proximidade nas áreas da educação, da saúde e do desenvolvimento local.
Nas zonas mais populacionais, há muitas pessoas que, apesar de rodeadas de gente, vivem muito isoladas, muito esquecidas, muito abandonadas. Há, por isso, necessidade de atender a estas situações, de pobreza e de fome, em algumas situações. É também preciso prestar mais atenção às crianças que vão abandonando as escolas.

Os relatos de abandono de doentes, sobretudo nos hospitais, surgem de diversos locais e entidades. Há um aumento?
Sim, eu próprio tenho recebido muitas pessoas que me batem à porta para ajudar a encontrar solução para essas situações. Há famílias que querem partir para férias e abandonam o idoso no hospital. Mas a maioria dos casos está relacionada com a opressão das limitações financeiras, da pobreza. O idoso não pode ser esquecido. Provavelmente, teremos de pensar em acordos de cooperação para que as instituições sejam alertadas e possam ter resposta para essescasos de abandono hospitar.

Fonte: Rádio Renascença, 5 de Junho de 2014

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