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Bombeiros admitem abandonar serviço de transporte de doentes

Transporte de doentes não urgentes deixará de ser feito de ambulânciaA Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) admitiu que muitas das corporações podem abandonar o transporte não urgente de doentes, e responsabilizou o Ministério da Saúde pelo “iminente colapso” das associações de bombeiros.

“Esteve em cima da mesa, e foi levantado por alguns dos presidentes de federações, que nós devíamos abandonar totalmente o transporte de doentes não urgentes”, disse à agência Lusa o presidente da LBP, Jaime Marta Soares.

A LBP realizou neste sábado, em Fátima, uma reunião com os presidentes das federações distritais dos bombeiros, para analisar o novo regime de transporte não urgente de doentes, que deixou de ser exclusivo para as ambulâncias.

Jaime Soares adiantou que uma das questões discutidas na reunião foi o abandono deste tipo de transporte, uma vez que os concursos públicos para a realização deste serviço, previstos no novo regime, e as condições do novo regime levarão “à degradação e à falência das associações de corpos de bombeiros”.

Segundo o presidente da LBP, os bombeiros vão procurar “formas de sustentabilidade para que as populações não fiquem ao abandono”, mas o “colapso é iminente” e toda as estrutura poderá começar a “desmoronar”, porque não fazem só transporte de doentes.

O transporte não urgente de doentes permitia que os bombeiros tivessem “um fundo de maneio, que dava alguns equilíbrios”, e muito do pessoal ligado ao setor da saúde também actuava noutras áreas, nomeadamente no combate aos incêndios, disse.

“Isto é uma bola de neve que, de um momento para outro, pode fazer desmoronar muitas das associações e corpos de bombeiros”, sustentou Jaime Soares. “Estamos muito preocupados. Foi isso que manifestámos”.

A portaria que regula o transporte não urgente de doentes, publicada esta semana em Diário da Republica, cria a figura de veículo de transporte simples de doentes (VTSD), destinado a doentes não urgentes, cuja situação clínica não faz prever a necessidade de cuidados de saúde durante o transporte.

Segundo o diploma, o transporte não urgente de doentes vai passar a ser realizado em VTSD e ambulâncias, mas o recurso a este tipo de serviço tem de ser justificado pelo médico assistente.

Para o presidente da LBP, estas novas viaturas “não têm as condições adequadas para o transporte de doentes”.

Fonte: Público, 19 de Maio de 2012

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