O fim dos reembolsos aos beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi hoje duramente criticado pelo Bloco de Esquerda (BE). Uma “machada” na saúde, dizem os bloquistas.
Em comunicado, o partido liderado por Francisco Louçã critica a opção tomada pelo ministro da Saúde Paulo Macedo, que prevê o fim do reembolso de despesas com próteses, óculos, armações, lentes, calçado ortopédico, serviços de estomatologia e transporte. Uma medida que, segundo os bloquistas, não contribui para “a melhoria do funcionamento do SNS e da qualidade dos serviços”, mas que se orienta “para o corte nos direitos e para a redução cega da despesa”.
O BE afirma ainda que a iniciativa em causa se traduz num “prejuízo real para os cidadãos mais carenciados”, motivo pelo qual o Governo demonstra “insensibilidade social”. E conclui que se trata do “princípio do fim anunciado do SNS geral e universal, há muito desejado e procurado pela direita”.
“Para este Governo a saúde é um negócio e não um direito”, pode ler-se ainda no comunicado. Segundo os bloquistas, o Executivo liderado por Pedro Passos Coelho “institucionaliza a caridade como política oficial do Estado”. E reduz o SNS a “uma versão assistencialista, apenas para os mais pobres”, já que os ricos argumentam os bloquistas, poderão tratar-se “apenas no privado”.
Fonte: Jornal Público, 10 de Agosto de 2011