O bastonário da Ordem dos Médicos estimou esta terça-feira que é possível ultrapassar a poupança de 146 milhões de euros em medicamentos prevista no Orçamento do Estado, pondo a funcionar de forma efectiva uma central nacional de compras, avança a agência Lusa.
O Orçamento do Estado para 2013, entregue na segunda-feira no Parlamento, prevê atingir 146 milhões de euros de poupança através da nova política do medicamento.
Para o bastonário, “caso a central de compras de medicamentos funcionasse efectivamente”, as poupanças em fármacos poderiam até ser maiores.
“Não é difícil pôr uma central de compras a funcionar. Há muitos interesses entrecruzados e a obstar este objectivo. Mas é preciso alguém responsável e competente e é necessário que haja vontade efectiva. Uma central de compras a nível nacional permite economias de alguns milhões de euros”, comentou à agência Lusa José Manuel Silva.
O Governo já reconheceu que a poupança com medicamentos tem sido conseguida sobretudo ao nível dos remédios vendidos nas farmácias. Por isso, defende um reforço das medidas para descer a despesa a nível hospitalar.
O bastonário dos médicos defende ainda a construção do Hospital Oriental de Lisboa, também previsto no Orçamento, como uma medida que permitirá “poupanças significativas”.
No Orçamento do Estado, o Governo recorda que a nova unidade de saúde vai “concentrar as principais valências e serviços hospitalares do S. José, Capuchos, Santa Maria, Estefânia, Curry Cabral e Alfredo da Costa.
Sobre a dotação orçamental do Ministério da Saúde, o bastonário dos médicos alertou para a dificuldade de perceber se há ou não uma redução efectiva do dinheiro disponível, uma vez que este orçamento está a ser comparado com a estimativa de execução de 2012, que contemplou verbas extraordinárias para pagamentos de dívidas a fornecedores.
“O Orçamento é sempre um documento muito opaco e difícil de ler. Parece não haver uma redução significativa (na área da saúde), apontando até para um ligeiro aumento, que se deverá contudo aos pagamentos dos subsídios de Natal”, comentou José Manuel Silva.
No documento entregue no Parlamento, o Ministério da Saúde surge com 8.344,3 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 17 por cento (menos 1.709,7 milhões de euros) face à estimativa de despesa para 2012.
Contudo, o orçamento conta este ano com um aumento de 0,2 por cento se for levado em conta que os valores de 2012 incluem a dotação adicional de 1.932 milhões de euros, para o pagamento de dívidas.
Fonte: RCM Pharma, 16 de Outubro de 2o12