Numa audição no grupo de trabalho sobre a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI) na Assembleia da República, José Manuel Silva referiu que “os novos medicamentos são cada vez mais caros para suportar as despesas dos laboratórios de investigação”.
Da parte da indústria farmacêutica há uma tentativa de “fazer o maior lucro possível no mais curto espaço de tempo”, referiu o bastonário, afirmando que “há espaço para reduzir 50, 60, 80% o preço dos genéricos”.
José Manuel Silva recomendou que o Governo garanta que “os novos genéricos sejam 60% mais baratos que os medicamentos que estão a perder a patente”.
Salientando que “os genéricos não são todos iguais”, em termos da eficácia e adequabilidade a cada caso clínico, o bastonário notou que “se fossem todos ao mesmo preço” os doentes estariam protegidos de abusos, porque “seria irrelevante a marca”.
Criticou a Autoridade Nacional da Farmácia e do Medicamento por alegadamente ocultar informação sobre os medicamentos, exigindo que disponibilize “o dossier prévio” dos genéricos para se poder comparar as diferentes marcas.
Manifestou-se ainda contra a possibilidade de haver trocas de marcas de genéricos na compra de medicamentos na farmácia, propondo que sejam “limitados, controlados e auditados os bónus da indústria farmacêutica às farmácias”.
“As trocas de genéricos são inaceitáveis”, criticou, afirmando que abundam casos de trocas para marcas mais caras.
O bastonário defendeu também a realização de auditorias às trocas nas farmácias para “proteger os doentes do excesso de interesses comerciais”.
Fonte: Público, 18 de Janeiro de 2012