José Manuel Silva explicou que a ética dos médicos que atribuem cartões de descontos para medicamentos a doentes não está em causa, porque os beneficiados são unicamente os pacientes.
O bastonário da Ordem dos Médicos disse concordar com a atribuição de descontos que beneficiem os doentes e que não há motivos para críticas aos médicos que dão cartões de desconto para medicamentos a doentes.
Depois de o ministro da Saúde ter indicado que quer tirar a limpo se há clínicos que estão a dar estes cartões, José Manuel Silva explicou que a ética destes profissionais não está em causa, porque os beneficiados são os pacientes.
«O médico não tem qualquer vantagem financeira com este modelo de descontos», frisou o bastonário, que recomendou que o médico deve ser apenas o intermediário dos descontos e não o seu «veículo».
Para José Manuel Silva, «o médico está informado do preço dos medicamentos com e sem desconto, prescreve esses medicamentos de acordo com a necessidade do doente e, havendo descontos, esse desconto é feito na farmácia».
Este bastonário não sabe que descontos serão atribuídos com estes cartões, mas diz que poderão ser «descontos iguais aos que o doente obteria se o medicamento fosse comparticipado em medicamentos que não são comparticipados».
Estes descontos que poderão fazer com que o doente acabe por receber o medicamento como se fosse comparticipado no Estado deverá ser apenas aplicados aos fármacos mais caros e não aos genéricos.
O ministro Paulo Macedo considera que estes cartões de descontos configuram uma prática comercial que não é salutar e pediu mesmo uma investigação à Autoridade do Medicamento a propósito dos médicos que estão a atribuir estes cartões.
Fonte: TSF, 10 de Maio de 2013