Resumo:
Objetivo: Identificar as dimensões da cultura de segurança do doente com necessidade de intervenção a curto/médio prazo; Estabelecer recomendações de intervenção para todas as dimensões da cultura de segurança do doente. Metodologia: Tratou-se de uma investigação de natureza quantitativa, tendo sido utilizado o Hospital Survey on Patient Safety Culture [HSOPSC] da Agency for Healthcare Research and Quality [AHRQ] 2.0 Resultados: Os resultados demonstram que existem vários aspetos importantes da cultura de segurança do doente que necessitam de melhoria no serviço, nomeadamente na dotação dos profissionais no local de trabalho e no apoio da gestão de hospitalar para a segurança do doente. Conclusões: Através do conhecimento do nível de literacia a nível da cultura de segurança do doente nas instituições de saúde consegue-se conceber um plano de ação que melhore as dimensões avaliadas que tenham uma cotação mais baixa e permita a continuação do desenvolvimento e melhoria das restantes com o objetivo de uma melhor adequação dos cuidados de saúde.
Palavras Chave: cultura de segurança do doente; HSOPSC 2.0; profissionais de saúde
Introdução: Nas últimas duas décadas, o tema da segurança do doente surgiu como sendo uma questão prioritária em muitos países da Europa e um pouco por todo o mundo, sendo atualmente reconhecido internacionalmente como um elemento fundamental da qualidade na saúde. (DGS, 2022)
Sendo a segurança do doente uma prioridade a nível global, é essencial enfatizar a avaliação e desenvolvimento da Cultura de Segurança do Doente (CSD) para fomentar iniciativas de qualidade e segurança na saúde em todo o mundo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a União Europeia começaram a construção da segurança do doente, definindo orientações e políticas, a par de projetos e programas de financiamento, incentivando os países a participarem neste tema à escala global. (DGS, 2022)
Vários estudos internacionais asseguram que a insuficiente segurança dos doentes constitui um importante problema de saúde pública e representa um elevado valor económico para os atuais limitados recursos da saúde. Uma grande parte dos eventos adversos pode ser evitada (Conselho da Europa, 2009).
Em Portugal a segurança do doente integrou a agenda nacional quando foi considerada uma das prioridades da melhoria da qualidade organizacional do plano nacional da saúde (PNS) 2004-2010 da DGS.
A Unidade Local de Saúde prioriza o desenvolvimento de uma cultura de segurança eficaz. Proporcionando uma mudança de atitudes na forma como os profissionais veem o seu trabalho, fomentando o trabalho em equipa e procurando em todas as fases da prestação de cuidados envolver mais os doentes na tomada de decisões.
Assim, e seguindo as recomendações da OMS e da União Europeia (UE), a primeira fase de desenvolvimento da cultura de segurança, passa pela avaliação da atual CSD nas organizações de saúde. Desta forma o objetivo principal deste estudo teve como objetivo Avaliar a Cultura de Segurança do Doente.
Como objetivos específicos:
Identificar as dimensões da cultura de segurança do doente com necessidade de intervenção a curto/médio prazo;
Estabelecer recomendações de intervenção para todas as dimensões da cultura de segurança do doente.
Artigo da autoria de Liliana Grade, Fernando Fausto M. Barroso, completo na edição nº 38 da RPGS