Os médicos vão passar a ter de justificar a prescrição de antibióticos. A medida, já em vigor em alguns hospitais, tais como o Beatriz Ângelo, em Loures, deverá ser alargada a nível nacional, com o intuito de combater a resistência dos agentes infecciosos a estes medicamentos, “o grande problema em Portugal”.
“Vamos monitorizar a dispensa de antibióticos nas farmácias hospitalares e os médicos vão ter de dar explicações”, anunciou ontem Francisco George, director-geral da Saúde.
“Estamos na iminência de poder não ter antibióticos activos contra as bactérias e o exemplo mais preocupante é o da tuberculose”, acrescentou o responsável, que põe a tónica da questão na vontade política. “É preciso mais vontade política, mais vontade das administrações hospitalares para prevenir e controlar as infecções associadas aos cuidados de saúde”, realça Francisco George, corroborando o que o relatório da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde já havia assinalado.
Segundo os últimos dados, de 2010, Portugal tem uma taxa de infecção hospitalar de 9,8%, ou seja, um em cada dez doentes internados contrai uma infecção dentro da unidade de saúde. A nível global, estas traduzem-se em 16 milhões de dias extras de internamento por ano.
Fonte: Correio da Manhã, 13 de Novembro de 2012