A ADSE financia em 200 milhões de euros anuais os serviços de saúde privados e pode ser “um embrião” para o financiamento da saúde em Portugal, sector que corre o risco de colapsar, segundo o presidente da Associação de Hospitalização Privada.
Em entrevista à Agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP), Teófilo Ribeiro Leite, sublinhou o volume de financiamento da ADSE (Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública) aos privados, na ordem dos 200 milhões de euros anuais, e que resulta da sua cobertura a 13 por cento da população.
Sem queixas sobre os prazos de pagamento da ADSE às unidades de saúde privadas, Teófilo Ribeiro Leite sublinha que este sistema é “um bom pagador”, logo a seguir aos seguros privados, os quais já cobrem 20 por cento da população portuguesa.
Para este dirigente, a ADSE deve ser vista como “um embrião do que pode ser a evolução do sistema em Portugal”. “A ADSE cumpre uma função de financiamento de cuidados de saúde que tem sido elogiada e que revela que consegue melhor qualidade e melhor preço do que no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse.
Teófilo Ribeiro Leite garante que os beneficiários da ADSE “sentem-se muito satisfeitos” com a resposta que encontram nos serviços de saúde privados.
Sobre as possíveis alterações do sistema de saúde, que considera estar “em risco de entrar em colapso” se continuar como está, o dirigente sublinha: “O SNS que garante cuidados de saúde gratuitos ou tendencialmente gratuitos aos cidadãos é uma ilusão. Primeiro, porque existem co-pagamentos e, segundo, porque é financiado por impostos”.
Fonte: Diário de Notícias, 31 de Julho de 2011