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Comunicação em Saúde: uma reflexão sobre a cobertura de crises hospitalares em Portugal

Liliana Santos – Coordenadora no Bloco Operatório Polivalente da ULSGE

Licenciada em enfermagem; Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem Médico-Cirúrgica; Pós-Graduada em Enfermagem de Anestesiologia, pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto; Pós-Graduada em Gestão e Direção de Serviços de Saúde – University of Porto Business School; Doutorada em Ciências da Comunicação

Resumo

Este artigo constitui-se como um resumo reflexivo da minha tese de doutoramento “Comunicação em saúde: O discurso da imprensa diária portuguesa sobre infeções hospitalares – o caso “Hospital de Gaia” (2015)”  e analisa a cobertura jornalística de crises de infeção hospitalar, com foco no caso ocorrido em 2015, na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho – ULSGE. A partir de uma abordagem qualitativa e analítica às peças jornalisticas produzidas na época, reflete-se sobre os critérios de noticiabilidade aplicados pela imprensa portuguesa, as suas implicações para a compreensão pública de crises sanitárias e os desafios éticos do jornalismo em saúde. Assente nos principais enquadramentos teóricos da teoria do jornalismo, o estudo propõe uma crítica à superficialidade informativa e ao sensacionalismo presentes em parte da cobertura jornalística, concluindo na necessidade de um jornalismo de saúde mais ético, técnico e comprometido com a cidadania.

Palavras-chave: comunicação em saúde, jornalismo, noticiabilidade, infeções hospitalares, crise sanitária

1. Introdução

A relação entre o jornalismo e a saúde tornou-se objeto de crescente interesse académico, sobretudo diante da forma como as crises sanitárias são narradas nos meios de comunicação. Em Portugal, o surto de infeções hospitalares ocorrido em 2015, na Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho – ULSGE, chamou a atenção da imprensa e da população. Observou-se, à época, uma cobertura intensa, porém breve, marcada pelo sensacionalismo, escassez de fontes técnicas e pela ausência de um esforço educativo.

Em 2025, completam-se dez anos desde o episódio, o que oferece uma oportunidade estratégica para refletir sobre os avanços (ou sua ausência) na cobertura mediática, na transparência institucional e na prevenção da infeção associada aos cuidados de saúde. Através de uma análise crítica da forma como a imprensa portuguesa lidou com o episódio e estabelecendo um diálogo entre as teorias do jornalismo e as exigências sociais da comunicação em saúde, este artigo propõe responder à pergunta-chave: de que forma os critérios de noticiabilidade orientam a cobertura jornalística de crises em saúde, e quais as implicações dessa cobertura para a população e para a esfera pública?

Artigo Completo em:
https://spgsaude.pt/spgsweb/wp-content/uploads/2025/08/SPGS40-1.pdf

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