Como Presidente da Direção tenho a obrigação de pedir a todos as maiores cautelas para que não passemos a estar na cauda da Europa no controlo da disseminação depois de termos sido citados como exemplo a seguir. Em termos gerais estamos a cumprir com as recomendações mas é importante que aqueles que planeiam o caminho sejam mais duros com quem não cumpre: é incompreensível que uma festa em Lagos redunde em 90 infetados com 6 pessoas internadas, que ainda existam lares sem testes ao vírus e que cerca de 80% dos infetados continuem localizados em Lisboa e Vale do Tejo em números comparativamente elevados. Dizer que há mais infetados porque testamos mais não é completamente correto porque no Porto há 0 casos positivos nos últimos 1000 testes efetuados.
Temos de voltar ao trabalho com os cuidados necessários. O turismo de Verão pode ficar gravemente afetado se continuarmos com os números de Lisboa e se os passageiros que chegam a Portugal de avião não forem devidamente testados. Se surgirem mais surtos, por exemplo no Algarve, a situação económica naquela região irá ser caótica.
E por fim que hajam sinais de quem nos governa sobre o plano de retorno às aulas presenciais das nossas crianças e jovens, uma reação rápida na colocação no terreno dos projetos de apoio às empresas na retoma da economia e um plano consistente e realista de reforço do Serviço Nacional de Saúde.
Estamos melhor que há uns tempos atrás mas não podemos ter retrocessos ou indecisões de quem vai assumindo as decisões políticas pois temos de continuar a confiar em quem nos governa. Um Verão tranquilo para todos,
Miguel Sousa Neves