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Falhas nos concursos obrigam novos médicos de família a emigrar

Médicos do Norte que ficam por contratar deixam 50 mil utentes sem médico. Muitos estão a pedir os certificados para emigrar.

André Ribas Ribeiro acabou em abril a formação enquanto médico de família, mas está fora do Serviço Nacional de Saúde porque não conseguiu vaga na região Norte, a que se candidatou. “Em nome da verticalidade e por respeito aos utentes que seguia apenas concorri nesta região. Sabia que seria um risco”, disse ao DN. Neste momento só tem duas soluções em vista: “Posso tentar a medicina privada, mas o mais provável é candidatar–me a um lugar no Reino Unido.”

André é um de vários casos de médicos que não vão conseguir colocação nesta época. O concurso não é nacional, mas neste ano teve uma alteração. Foram abertas menos vagas do que os candidatos, neste caso 74 para 102 jovens médicos do Norte. Por isso, 28 ficaram excluídos desta região, deixando, desde logo, quase 50 mil utentes sem médico de família. No Centro também houve vagas a menos.

Miguel Guimarães, o presidente da secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM), que divulgou estes números, diz que “a maior parte destes médicos não concorreu ou não vai conseguir vaga nas outras regiões do país, porque há concursos que já fecharam. Há vários médicos que estão fora do SNS, alguns já pediram para sair do SNS e pelo menos cinco ou seis já pediram ou vão pedir os certificados para emigrar”.

Fonte: Diário de notícias, 16 de Setembro de 2015

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