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Isabel Vaz: A executiva que criou um império na Saúde

São mais de 30 portugueses de sucesso em mais de 20 áreas – da banca à tecnologia, da gestão ao cinema, do automóvel ao têxtil, da moda à investigação – que pode descobrir todos os dias. Uma verdadeira ‘selecção nacional’ de talentos.

Isabel Vaz: A executiva que criou um império na SaúdeIsabel Vaz lidera a Luz Saúde. Começou a trabalhar num escritório minúsculo, em Lisboa, e delineou toda a estratégia da empresa. Quando soube do colapso do BES passou pelo pior dia da vida profissional. Deixou as férias em Tróia, marcou uma reunião de emergência e tomou decisões certeiras. Mostrou ser uma sobrevivente: a Fosun comprou a área de Saúde do Grupo Espírito Santo e manteve a executiva à frente do grupo. O hospital da Luz é a sua imagem de marca e só lhe faltou “carregar baldes de cimento”.

Nasceu no Porto, mudou-se para Setúbal e é amiga de infância de José Mourinho.Perfeccionismo é imagem de marca Isabel Vaz, a líder da Luz Saúde, trabalha uma média de 12 horas por dia: entra no gabinete às oito da manhã e habitualmente só termina por volta das 20 horas. Começa na sede da empresa, em Lisboa, passando depois pelos hospitais da Luz, Beatriz Ângelo, em Loures, e restantes unidades do grupo. “Aos fins-de-semana levo sempre trabalho para casa. Gosto de estudar as tendências do sector e as novas tecnologias.” A gestora costuma tomar o pequeno-almoço ou almoçar nas cantinas destes hospitais. E promove uma liderança não hierárquica, que implica, além do contacto pessoal e regular com os médicos, passar pelas urgências, ouvir os doentes e responder a todos os emails. “É preciso sair do gabinete para sentir a realidade.”

O perfeccionismo é uma das imagens de marca da executiva. Por exemplo, no processo de recrutamento do hospital Beatriz Ângelo, a executiva falou pessoalmente com os 285 médicos contratados. “Adoro o que faço, tenho o maior orgulho naquilo que a nossa equipa fez. Hoje temos uma empresa que valoriza a iniciativa privada em Portugal e valoriza a Saúde. Somos uma organização que criou valor para a sociedade. Todos os dias penso em como vamos avançar, continuar a contribuir. Nunca me arrependi. Nem nunca pensei em voltar para trás.”

Sobreviver ao colapso do BES
Prova disso, quando soube do colapso do Banco Espírito Santo a gestora não demorou a tomar medidas. De férias em Tróia, poucas horas depois estava em Lisboa para convocar uma reunião de emergência na empresa. “Foi provavelmente o pior dia da minha vida profissional”, diz a executiva, de 49 anos. “Já tínhamos contas em outros bancos e tivemos de passar a nossa estrutura de pagamentos nos hospitais para contas fora do Grupo Espírito Santo. A nossa tesouraria, digamos assim, as contas correntes dos hospitais, que estavam no BES tiveram de passar muito rapidamente para outros bancos.”

Apenas alguns meses depois, Isabel Vaz, mostrava ser uma sobrevivente: em Outubro, os chineses da Fosun, através da seguradora Fidelidade, compram a área de saúde do GES e mantiveram a executiva à frente da empresa. A gestora continua a ser a CEO do grupo, com 18 hospitais, clínicas e casas de saúde, sendo o maior prestador de cuidados de saúde privada em Portugal – num mercado avaliado em cerca de 5,5 mil milhões de euros em termos de financiamento.

Fonte: Económico, 29 de julho de 2015

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