As camas para internamento que foram abertas no pico da gripe estão a ser encerradas em vários hospitais, porque não há meios para as manter.
Em declarações ao jornalista da Antena 1 Nuno Rodrigues, o bastonário da Ordem dos Médicos afirma que os hospitais “não têm meios, porque não são autorizados pela tutela a tê-los, porque quem decide o financiamento dos hospitais é a tutela”.
Quanto às declarações do secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde de que o Serviço Nacional de Saúde mantém capacidade de internamento, José Manuel Silva diz que “não é sério fazer uma afirmação dessas”.
“Se os hospitais e as administrações regionais de saúde tivessem recursos suficientes manteriam as camas abertas, mas não têm, por definição da estratégia política e financeira do Ministério da Saúde, que asfixia financeiramente os hospitais”, frisa.
O responsável refere que “são abertas mais camas, mas não foram adquiridos mais recursos humanos definitivos” e “para manter essas camas abertas é preciso toda uma série de recursos adicionais” que os cortes financeiros impossibilitam.
José Manuel Silva destaca ainda o “deficit crónico de camas hospitalares, que se agravou pela falta de camas e pelas consequências sociais da crise”. Em Portugal há 3,4 camas hospitalares por mil habitantes, enquanto a média europeia é de 5,2 camas.
Fonte: RTP Notícias, 23 de Abril de 2015