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Fatia do PIB destinada à saúde pública nunca foi tão baixa

OMS critica Portugal por não ter avaliado os efeitos da austeridade na saúde. Em 2012, o orçamento para o sector caiu, pela primeira vez, para um nível abaixo dos 14% do PIB.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) critica Portugal pela falta de avaliação do impacto da austeridade na saúde. Nunca o orçamento para o sector foi tão baixo.

O estudo realizado pela OMS e pelo Observatório Europeu sobre Sistemas e Políticas de Saúde indica que, em 2012 (em pleno programa de ajustamento), a fatia do PIB para o sector caiu para os 12,5% – quando nunca tinha sido menos de 14%. Em contrapartida, a parte suportada pelos privados subiu para 37%.

O documento que vai ser divulgado esta segunda-feira à tarde, em Coimbra, adianta que, não só o Governo não teve a preocupação de tomar medidas preventivas, que minimizassem o efeito da crise na saúde, como persistiu num comportamento prejudicial à qualidade do serviço prestado.

Na opinião do presidente da secção regional do centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, este é um sinal concreto de que as questões económicas e financeiras se sobrepuseram às questões sociais e até de qualidade.

Apesar de a experiência do passado mostrar que as crises económicas têm impacto negativo na saúde e no bem-estar das populações, o Governo português não teve isso em conta, refere.

Carlos Cortes reconhece que as conclusões da OMS e do Observatório Europeu não coincidem com os dados divulgados pelo Governo, porque levam em conta a percepção de quem trabalha ano terreno.

“Há uma sensibilidade muito importante que é a dos profissionais de saúde, que aponta para a dificuldade existente hoje em responder às necessidades da população no que diz respeito à saúde”, afirma à Renascença.

Carlos Cortes considera que, a partir das conclusões conhecidas esta segunda-feira, e do que aconteceu durante a crise, o Governo pode tomar medidas que evitem a sua repetição no futuro.

Fonte: Rádio Renascença, 16 de março de 2015

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