O médico e dirigente do PS acredita que devia haver mais urgências abertas nos Centros de Saúde e que estes deviam ser isentos de taxas moderadoras.
O socialsita Álvaro Beleza quer que o Estado aproveite melhor os jovens médicos internos para ajudar a combater o caos que se arrasta há meses nas urgências dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O dirigente nacional do PS sugere ainda construir boas pontes entre as urgências dos hospitais e os centros de saúde.
O político, que também é médico, tenta dar a primeira solução à boa maneira norte-americana os jovens médicos internos devem massivamente fazer urgência central e não apenas a urgência de especialidade: “Nos últimos anos muitas das especialidades médicas deixaram de fazer a urgência central, fazendo apenas a urgência da especialidade. Todos esses jovens médicos, no auge da sua capacidade física e intelectual, deviam ser aproveitados para as urgências.”
Beleza propõe ainda que os jovens médicos do internato acumulem o trabalho nos centros de saúde e nas urgências hospitalares: “Também poderia ter médicos que estão nos cuidados primários, como os centros de saúde, que fizessem urgências nos hospitais das áreas onde trabalham. Isso beneficia a comunicação entre o hospital e o cuidado primário, é bom que os colegas trabalhem nos dois ambientes, que cruzem experiências.”
Há cerca de um mês o líder do PS, António Costa propôs a isenção de taxas moderadoras nos centros de saúde para os utentes que recorrem às urgências com doença aguda.
Álvaro Beleza apoia esta medida e considera que, em havendo taxas, estas devem ser mais baixas nos centros de saúde para desincentivar a corrida às urgências dos hospitais. “Devia haver isenção de taxa moderadora nos cuidados primários, porque isso faz parte da política de saúde. As taxas moderadoras não devem ser co-financiamento, é para moderar o acesso. Em termos gerais não devia haver taxas moderadoras, ou deviam ser muito mais baixas, nos centros de saúde do que são nos hospitais. Mas é preciso outra coisa, é preciso ter urgências abertas no centro de saúde, e o Governo acabou com muitas delas.”
Para minimizar os efeitos do emagrecimento de profissionais de saúde nos hospitais públicos, o socialista sugere a velha ideia de separar claramente o público e o privado. Quem trabalha no Serviço Nacional de Saúde não pode trabalhar no privado e que isso deve começar logo pelos jovens médicos internos.
Fonte: Rádio Renascença, 24 de fevereiro de 2015