A Mello Saúde oferece 420 milhões de euros pelo controlo da Espírito Santo Saúde e já entregou na CMVM a documentação que dá início ao processo da OPA concorrente à Ángeles.
A José de Mello Saúde entregou ontem na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o projecto de prospecto da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Espírito Santo Saúde (ES Saúde), que também já chegou à administração da empresa, apurou o Económico. A equipa de Isabel Vaz tem agora oito dias para se pronunciar sobre a bondade da oferta.
A OPA concorrente à lançada pelo Grupo Ángeles foi conhecida e 11 de Setembro, menos de um mês depois da oferta dos mexicanos, e oferece uma contrapartida de 4,40 euros por acção, avaliando a empresa em 420 milhões de euros.
À semelhança do que aconteceu com o projecto de prospecto da OPA da Ángeles, o documento deverá conter informação relevante sobre a oferente, neste caso a José de Mello Saúde, bem como a descrição da actividade ou actividades que desenvolve, a forma como está estruturada a administração e os sistemas de fiscalização, os objectivos da oferta, os intermediários financeiros que integram o consórcio de colocação, a contrapartida oferecida, o limite mínimo e máximo de títulos a adquirir, bem como a percentagem de direitos de voto que pode ser exercida na sociedade visada, entre outros dados.
O regulador vai agora avaliar a documentação entregue e, caso considere o processo devidamente instruído, terá oito dias para se pronunciar sobre este documento, podendo o prazo ser alargado por acordo entre as partes. No caso da OPA à ES Saúde, a instrução do processo do deverá estar concluída uma vez entregue o parecer que terá que ser pedido aos ministérios da Saúde e das Finanças, que terão de se pronunciar sobre a mudança de controlo do Hospital de Loures, gerido pela ES Saúde em regime de parceria público-privada.
Apesar do projecto de prospecto da OPA da Ángeles, que avalia a ES Saúde em 410 milhões, ter sido apresentado a 4 de Setembro, a CMVM ainda não se pronunciou sobre o documento. A Ángeles oferece uma contrapartida de 4,30 euros e ainda não disse se vai ou não rever a oferta depois do lançamento da OPA concorrente por parte da José de Mello. Se o fizer, a contrapartida terá de ser no mínimo 2% superior aos 4,40 euros oferecidos pela empresa que controla os hospitais CUF, bem como as PPP de Braga e Vila Franca de Xira.
Sem resposta da CMVM, a Ángeles já recebeu o ‘sim’ da administração da ES Saúde que considerou o preço “aceitável”, ainda que admita que os 4,30 euros por acção podem “não reflectir a totalidade de um potencial prémio de controlo”.
Fonte: Económico, 18 de Setembro de 2014