Menu Fechar

Governo dos Açores rejeita críticas do Conselho de Ilha de São Jorge sobre Saúde

O Governo dos Açores sublinhou na terça-feira que a reestruturação da Saúde em São Jorge acolheu vários “argumentos” do Conselho de Ilha e garantiu que não foi introduzida burocracia nas chamadas “evacuações médicas”.

Durante uma reunião do Governo dos Açores com o Conselho de Ilha de São Jorge, na terça-feira à noite, em Velas, o presidente do executivo, Vasco Cordeiro, e o secretário regional da Saúde, Luís Cabral, lembraram que o plano de reestruturação do Serviço Regional de Saúde (SRS) é transversal a todo o arquipélago, não havendo qualquer “seletividade” em relação a São Jorge.

O Conselho de Ilha levou à reunião diversas preocupações relacionadas com a saúde, como a sua discordância face à reestruturação do setor, à falta de médicos ou “queixas” relacionadas com “falta de articulação” e mais morosidade nos casos em que é necessário acionar a Força Aérea para o transporte urgente de doentes.

Vasco Cordeiro lembrou que o plano de reestruturação do SRS foi “minuciosamente” debatido no ano passado e que, no caso de São Jorge, foram mesmo acolhidos diversos “argumentos” do Conselho de Ilha, num reconhecimento por parte do executivo de que há especificidades na ilha a que é necessário atender.

Isso levou, por exemplo, à decisão de manter abertos os dois centros de saúde e de haver ambulâncias SIV (suporte imediato de visa) nos dois concelhos da ilha (Velas e Calheta), o que será concretizado até final da atual legislatura (2016), acrescentou.

No entanto, e como acontece na generalidade das ilhas, estão a ser tomadas decisões no sentido da centralização e racionalização de alguns recursos, referiu Luís Cabral. No caso de São Jorge, acrescentou, como há dois centros de saúde, deve haver mais complementaridade entre eles.

Antes, à margem de uma reunião com a Unidade de Saúde de Ilha, Luís Cabral tinha revelado que a reestruturação dos serviços do SRS em São Jorge conseguiu poupanças de 7% em 2013, relativamente ao ano anterior, sem impactos negativos no serviço aos utentes. Por outro lado, sublinhou que estas poupanças permitirão melhorar respostas e promover outras novas, dando como o exemplo a contratação de dentistas para São Jorge em breve.

Quanto à falta de médicos de família, Luís Cabral e Vasco Cordeiro reiteraram que esperam conseguir fixar clínicos com um novo sistema de incentivos recentemente aprovado.

Relativamente ao transporte urgente de doentes, rejeitaram que tenha havido mudanças nos procedimentos que tenham aumentado “a burocracia” ou “a necessidade de contactos adicionais”.

Luís Cabral garantiu ainda que a Força Aérea, que assegura o transporte urgente de doentes entre ilhas, considera que “os tempos de evacuação tiveram um corte significativo” desde que, em março passado, o “médico regulador” da proteção civil regional passou a ter a capacidade de decisão sobre estes casos, após análise da situação exposta pelo especialista da unidade de saúde de origem.

O contacto entre estes dois médicos é direto, sublinhou, dizendo não entender as queixas apresentadas pelo Conselho de Ilha.

No final da reunião, o presidente do executivo sublinhou que a questão levantada pelo Conselho de Ilha “nada tem a ver” com o caso ocorrido no sábado, em São Jorge, quando um homem ferido por um touro não foi transferido para o hospital de Ponta Delgada por falta de meios da Força Aérea.

Por seu turno, a presidente do Conselho de Ilha, Isabel Teixeira, disse que “é muito instável” viver numa ilha como São Jorge por causa da “falta de segurança na saúde”, algo que, afirmou, os conselheiros já transmitiram ao secretário regional num encontro anterior.

Fonte: RTP Notícias, 25 de Junho de 2014

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *