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Campanha contra infecções hospitalares com resultado “nulo”

Uso apropriado de luvas e a higienização ambiental são duas das apostas das autoridades de saúde para melhorarem a percentagem da taxa de infecção hospitalar e de resistências aos antibióticos.

O resultado da campanha contra as infecções hospitalares é “nulo”, com a percentagem de contágios a permanecer elevada, na ordem dos 11%, apesar de cada vez mais instituições de saúde aderirem à iniciativa “Medidas simples – salvam vidas”. Os dados constam de um balanço de cinco anos da estratégia para melhoria da higiene das mãos, apresentados hoje, Dia Mundial da Higiene das Mãos.

Segundo Elaine Pina, do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e Resistência aos Antimicrobianos, Portugal tem “muito mais infecção do que seria de esperar, tendo em conta os doentes que trata”.

Entre 2009 – ano em que Portugal aderiu à campanha global – e 2012, a taxa de infecção hospitalar passou de 11,03 para 11,50%, o que “não é nada”, disse Elaine Pina.

Para esta responsável, o resultado da campanha de higienização das mãos “é nulo” em termos de taxa de infecções hospitalares.

Estes resultados, que levaram as autoridades de saúde a reconhecer a necessidade de uma alteração na estratégia, registam-se apesar do crescimento das adesões ao programa.

Ao longo de cinco anos, aderiram 107 hospitais, 63 unidades de cuidados continuados e 55 unidades de cuidados de saúde primários. Em 2009, a taxa de adesão situava-se nos 46%, passando para 69% em 2013.

Elaine Pina sublinhou a discrepância entre alguns valores: “Só em quatro unidades a adesão é superior aos 80%, existindo unidades com pouco mais de 40% de adesão”.

Ao nível dos profissionais de saúde, a taxa de adesão situava-se nos 78% nos enfermeiros, 65% dos assistentes operacionais, 57% nos médicos e 55% nos outros profissionais. “Os médicos não têm a mesma disponibilidade, nem o mesmo tipo de horários, além de terem outro tipo de prioridades”, frisou.

O uso apropriado de luvas e a higienização ambiental são duas das apostas das autoridades de saúde para melhorarem a percentagem da taxa de infecção hospitalar e de resistências aos antibióticos.

O Dia Mundial da Higiene das Mãos foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar os profissionais de saúde e os gestores para os problemas da infecção relacionada com a falta da higienização e promover uma discussão mais ampla sobre o assunto.

Este ano, o enfoque é colocado no alerta “Sem acção hoje, não há cura amanhã – faz dos cinco momentos da OMS para a higiene das mãos parte do processo para a protecção dos doentes no combate às resistências aos antimicrobianos”.

Fonte: Rádio Renascença, 5 de Maio de 2014

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