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“Desvalorização” do trabalho médico está a dificultar escalas do INEM

José Manuel Silva espera que não haja falhas nas escalas dos médicos destacados para as ambulâncias.

O bastonário da Ordem dos Médicos entende que a diminuição do valor pago pelo serviço de emergência está a causar falhas nas escalas das viaturas do INEM.

José Manuel Silva não acredita que Portugal tenha falta de médicos. O bastonário considera que os sucessivos casos de viaturas de emergência paradas por falta de médico poderão ter origem numa ineficiente gestão dos recursos humanos e no desinteresse dos clínicos em desempenhar aquelas funções.

“A excessiva desvalorização do trabalho médico em algumas regiões do país tornou menos interessante a disponibilização dos médicos para as escalas das viaturas. Portugal é o quinto país da OCDE com mais médicos, não se coloca propriamente uma questão de falta de médicos”, disse.

O bastonário da Ordem dos Médicos comenta desta forma o caso que está a ser investigado, em que um homem de 39 anos morreu nas Caldas da Rainha, na segunda-feira, depois de não ter sido assistido pelo INEM porque a viatura de emergência estava inoperacional por falta de médico.

“O que é preciso é que haja recursos humanos suficientes para evitar este tipo de falhas. O que não pode haver é falhas nas escalas porque os médicos, muitas vezes, estão escalados para outros serviços”.

O processo agora a cargo da Inspecção Geral de Actividades em Saúde terá duas linhas de investigação: por um lado, saber até que ponto a morte deste homem se ficou a dever à ausência de assistência pelo INEM e, por outro lado, porque razão estava a viatura inoperacional por falta de tripulação.

Fonte: Rádio Renascença, 3 de Maio de 2014

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