Os hospitais operaram, no primeiro semestre do ano passado, o maior número de sempre de doentes com cancro, embora nesta área clínica se tenha registado um aumento do tempo de espera por uma cirurgia, segundo dados oficiais.
Até junho de 2013, foram operados 281.622 doentes (mais 0,3% do que nos primeiros seis meses de 2012).
A ACSS sublinha que “o número de doentes com cancro operados num semestre, em todo o universo de prestadores – públicos, privados e protocolados – foi o maior de sempre: 22.447 doentes (mais 2,4% face ao período homólogo)”.
Segundo o relatório, o tempo de espera para cirurgias com cancro aumentou, o que “reforça a necessidade de prevenir o aparecimento destas doenças e a continuar a melhorar a articulação entre os cuidados primários e a intervenção hospitalar”.
Ao nível de neoplasias malignas, o documento aponta para um crescimento do número de entradas em LIC: 0,6%.
“Em termos de utentes inscritos com estas doenças, verifica-se um aumento de 6,4%”, refere a ACSS, recordando que “o aumento do número de inscritos é o esperado, considerando a expectava epidemiológica (aumento da prevalência das doenças oncológicas) e o desejável aumento da deteção mais precoce”.
Nos hospitais públicos ocorreu um aumento da atividade cirúrgica de neoplasias malignas, face a igual período de 2012, com mais 2,9%.
A mediana de tempo de espera para doentes com neoplasias malignas foi de mais cinco dias, no primeiro semestre de 2013, face a igual período de 2012.
“Entre o primeiro semestre de 2012 e o primeiro semestre de 2013, a percentagem de inscritos com neoplasias malignas que ultrapassaram o Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) apresentou um crescimento de 0,2%”, lê-se no documento.
Nas outras patologias, a mediana de tempo de espera atingiu os 2,9 meses em junho de 2013, ou seja, menos 12,1% face a igual período de 2012.
Em termos da percentagem de inscritos que ultrapassaram o TMRG, o valor atingido no final de junho de 2013 foi de 13,4%.
Os hospitais públicos aumentaram a atividade cirúrgica em 4%, realizando “o melhor resultado de sempre no primeiro semestre de 2013: 258.744 doentes operados”.
Em relação ao setor convencionado, neste período ocorreu uma redução da atividade face a 2012: menos 45,2%.
Segundo a ACSS, “o recurso ao setor convencionado ocorre apenas quando 75% do TMRG é ultrapassado”.
O relatório refere que, no período em análise, foram emitidos 36.740 vales-cirurgia, dos quais 14.176 a utentes que recusaram a transferência para outra instituição, existindo na altura 55 hospitais convencionados.
Ao nível das especialidades, a cirurgia geral registou o maior número de intervenções (62.333 operados), seguindo-se a oftalmologia (60.625) e a ortopedia (43.509).
Fonte: RTP Notícias, 5 de Março de 2014