A cobrança ilegal de cirurgias por empresas de dispositivos médicos é uma das alegadas fraudes investigadas pela Polícia Judiciária Militar (PJM) que terão lesado os subsistemas dos militares e dos funcionários públicos, segundo fonte ligada ao processo.
A PJM informou hoje que realizou buscas e apreensões de documentos em instalações hospitalares, residências de médicos e empresas por suspeitas de crimes contra o Estado, corrupção passiva e activa.
Os suspeitos destas “condutas ilícitas criminais” terão desenvolvido “um esquema, do qual lograram conseguir vantagens patrimoniais, causando avultados prejuízos aos subsistemas de assistência na doença” aos militares e aos funcionários públicos, segundo uma nota das PJM.
Um desses esquemas, adiantou à Lusa a mesma fonte ligada ao processo, consistia na cobrança de cirurgias por parte de empresas que vendiam dispositivos médicos e não tinham qualquer certificação para realizar intervenções cirúrgicas.
As cirurgias cobradas eram comparticipadas a 100 por cento pelos subsistemas de assistência na doença aos funcionários públicos (ADSE) e aos militares (ADM).
A suspeita em relação aos montantes cobrados terá mesmo levado os subsistemas a bloquear os pagamentos a algumas das empresas visadas.
A investigação identificou ainda a saída de doentes do sistema de saúde público para o privado, com as facturas a caírem na ADSE e na ADM.
Esta investigação, que começou há alguns meses, teve início numa denúncia, disse a mesma fonte.
Fonte: Lusa/SOL, 25 de Fevereiro de 2014