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Presidente da Câmara de Fafe disse ao Governo não aceitar hospital fora do SNS

O presidente da Câmara de Fafe disse ao secretário de Estado da Saúde não aceitar que o hospital da cidade deixe o Serviço Nacional de Saúde se for entregue à misericórdia local, como pretende o Governo.

De acordo com fonte daquela autarquia, ouvida hoje pela Lusa, o edil Raul Cunha reuniu-se na quinta-feira com Manuel Ferreira Teixeira, ao qual sublinhou a preocupação que existe entre a população do concelho sobre o futuro do hospital.

O presidente do município de Fafe prometeu opor-se a qualquer solução que “ponha em causa a quantidade, a qualidade e a diferenciação dos serviços prestados atualmente no hospital”.

“Não se pode devolver um hospital como quem devolve uma camisa, sem que haja um estudo, pareceres e dados concretos que sustentem essa transferência e muito menos sem garantir à população que não vai ficar prejudicada”, vincou Raul Cunha.

Na reunião, segundo a fonte, o secretário de Estado informou o edil de Fafe que, nesta fase, decorrem conversações entre o Ministério da Saúde e a União das Misericórdias sobre “as condições e os mecanismos de avaliação e regulação da passagem do hospital para a gestão da Santa Casa da Misericórdia de Fafe”.

Manuel Ferreira Teixeira anunciou que a complexidade do processo determina a necessidade de mais tempo para se tomar uma decisão.

Contudo, para Raul Cunha, “o tipo de gestão pouco importa” face à necessidade de manter na cidade “uma unidade hospitalar que continue a prestar serviços de saúde nas especialidades que possui”.

“Com a saúde das pessoas não se brinca”, observou ainda o edil.

O hospital de Fafe integra o Centro Hospitalar do Alto Ave, com sede em Guimarães.

Em recentes declarações à agência Lusa, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Fafe avisou que a instituição só aceitará retomar o hospital se o equipamento se mantiver integrado no Serviço Nacional de Saúde.

“Há uma condição, da qual não abdicaremos, que é ficarmos integrados no Serviço Nacional de Saúde e todos os estudos terão de ser feitos nessa base”, explicou Maria das Dores Ribeiro João.

Para a provedora, a eventual assunção daquela responsabilidade também não pode comprometer a sustentabilidade da Misericórdia de Fafe.

“Nós estamos interessados em ficar com o hospital se for para bem da população, mas também temos de pensar na sustentabilidade da instituição”, salientou.

O hospital de Fafe pertenceu à misericórdia local até 1976, ano em que foi nacionalizado.

Desde então, o Estado paga uma renda mensal, atualmente de cerca de 2.000 euros.

Fonte: RTP Notícias, 24 de Janeiro de 2014, Lusa

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