Leal da Costa responde ao PS e considera que evitar conflito de interesses é mais importante que a exclusividade dos profissionais de saúde.
O secretário de Estado da Saúde rebate as mais recentes propostas do líder do PS, nomeadamente a que sugere que os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tenham que optar entre o público e o privado.
Em declarações à Renascença, Fernando Leal da Costa diz que essa não deve ser uma prioridade e que ao Governo basta que não haja conflitos de interesses entre os dois sectores.
“Esta questão da exclusividade é, provavelmente, secundária a uma primeira questão muito mais importante sobre a qual este Governo tem também dado passos muito importantes que é o da resolução dos conflitos de interesses, ou seja, o que para nós é muito importante é que não exista nenhum tipo de conflitualidade de interesses entre os prestadores de cuidados no SNS e, eventualmente, alguma actividade que possam vir a ter na sua vida privada”, disse.
De recordar que o secretário-geral do PS, António José Seguro, defende exclusividade dos trabalhadores do Estado na área da saúde. O líder socialista assumiu que, caso venha a liderar um Governo, os trabalhadores na área da saúde terão de escolher entre o privado e o público.
“Tem algum sentido haver trabalhadores que tanto trabalham no sector público como no privado?”, questionou, retoricamente, Seguro, em entrevista à TVI. “No nosso entender, não”, rematou.
Seguro admite que uma nova lei neste sentido não pode ter efeitos retroactivos, mas prevê um período de adaptação: “Não pode ter uma aplicação retroactiva, mas pode ter uma aplicação para o futuro e haver um período em que aqueles que ainda estão a trabalhar nos dois sectores possam fazer a sua opção”.
Nesta entrevista à Renascença, Leal da Costa rejeita um conceito alargado de exclusividade e, sobre outras propostas, que entretanto ouviu, como a necessidade de aumentar os profissionais de saúde, se estes forem obrigados a escolher, isso até lhe parece uma ofensa aos próprios trabalhadores.
“O esforço que tem sido feito pelos profissionais de saúde neste momento, quer esteja em exclusividade quer não estejam, é de tal grandeza que estar neste momento a considerar a possibilidade que os trabalhadores de saúde só irão trabalhar mais se forem mais bem pagos é qualquer coisa que ofende os próprios trabalhadores de saúde”, acrescenta.
Fonte: Rádio Renascença, 3 de Setembro de 2013