O bastonário da Ordem dos Médicos diz que já esperava esta decisão por parte do Conselho de Ministros, uma vez que estes clínicos estão a desempenhar funções insubstituíveis.
Os médicos aposentados vão poder continuar a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde, isto depois de o Governo ter decidido prolongar este regime excecional de contratação em vigor desde 2010 por mais dois anos para responder à falta de médicos.
Reagindo a esta medida tomada esta quinta-feira pelo Conselho de Ministros, o bastonário da Ordem dos Médicos disse já esperar esta decisão, até porque já a tinha solicitado.
«Esses médicos estão neste momento a desempenhar funções insubstituíveis, porque não há ainda jovens médicos em número suficiente para colmatar o número de médicos que se estão a reformar precocemente por força das graves condições financeiras do país», explicou José Manuel Silva.
Questionado sobre se há médicos suficientes em Portugal, tese que defendeu há algum tempo atrás, o bastonário da Ordem dos Médicos explicou ainda que as decisões tomadas sobre numerus clausus nos ciursos de medicina apenas se refletem dentro de 12 anos, período médio de formação de um especialista.
«No prazo dez anos vamos ter um excesso de médicos em Portugal», acrescentou José Manuel Silva, que lembrou que os estudos mostram que a profissão de médico é aquela que está mais sujeita ao esgotamento.
O bastonário recordou os «turnos e os serviços de urgência que aceleram o desgaste» dos médicos e a carga de trabalho que subiu bastante em relação aos últimos anos.
Contudo, «muitos médicos reformados são contratados para desempenhar uma carga menor de trabalho do que o que tinham até aí, o que depende da forma como cada um sentir que tem ainda a sua reserva de atividade maior ou menor».
Fonte: TSF, 13 de Junho de 2013