O número de enfermeiros portugueses a chegar ao Reino Unido cresceu quase 40 vezes nos últimos seis anos, tornando-se na segunda nacionalidade estrangeira com mais novas inscrições na ordem profissional britânica.
Os números oficiais foram obtidos pelo portal Diáspora dos Enfermeiros a pedido de um dos fundadores e responsáveis, Nuno Pinto, que considera que os portugueses se tornaram num “filão” a explorar.
“Somos quase diamantes porque o nosso nível de formação está entre os melhores da Europa e, por consequinte, quando chegamos a qualquer país, temos uma capacidade de adaptação grande. A nossa postura profissional e nível de conhecimentos técnicos e teóricos são bastante bons, comparando com outras nacionalidades”, explicou à agência Lusa.
Os enfermeiros portugueses têm também beneficiado das restrições impostas pelo governo de coligação entre liberais e conservadores aos profissionais extra-comunitários.
“Somos os novos filipinos”, ironizou, a propósito dos milhares de enfermeiros que chegaram daquele país do sudeste asiático nas décadas anteriores devido à boa formação profissional e linguística.
“Também chegam muitos espanhóis e italianos, mas nós falamos melhor inglês e estamos mais bem preparados”, garante.
De acordo com informações do NMC, em 2006/07, quando começaram a surgir estrangeiros nas tabelas de inscritos, os portugueses estavam no 17º lugar.
As inscrições foram duplicando quase a cada ano e desde 2011/12 que Portugal ocupa o segundo lugar na tabela de inscrições de enfermeiros estrangeiros, atrás da Roménia e, este ano, depois da Espanha.
Nuno Pinto, que é especialista em cuidados intensivos e chegou há sete anos, criou o portal Diáspora dos Enfermeiros para tentar responder aos muitos pedidos de informação que recebia.
Além de informações práticas sobre como abrir uma conta bancária, a obtenção do número fiscal ou a procura de alojamento, tem elementos mais específicos sobre a procura de emprego, a inscricão na ordem de enfermeiros britânica ou conselhos para entrevistas de emprego.
O Reino Unido é atualmente o destino mais popular para os enfermeiros portugueses, admite, mas há outros países com interesse crescente, como Nova Zelândia, Austrália, EUA, Médio Oriente e Singapura.
“Há pessoas que voltam a Portugal por causa de laços familiares, mas a maioria fica”, refere, fundamentando: “Antes vinham por convicção, agora é por falta de opção”.
Fonte: RTP Notícias, 12 de Abril de 2013