A Ordem dos Enfermeiros do Norte vai organizar um memorando com as preocupações suscitadas pelo impacto da crise económica na saúde, afirmou hoje o presidente da secção do Norte, Jorge Cadete, em declarações à agência Lusa.
“Nós, secção regional do Norte e Ordem dos Enfermeiros, estamos preocupados com o impacto que estas medidas de austeridade estão a ter no sistema de saúde português”, sublinhou, acrescentando que um dos objetivos deste debate é procurar “alternativas para propor à tutela”.
O presidente da secção do Norte da Ordem dos Enfermeiros salientou as dificuldades que, nestes dois últimos anos, a crise económica “está a criar na acessibilidade e na equidade dos cuidados de saúde ao cidadão e às comunidades”.
As alterações que os subsistemas de saúde poderão ter e as implicações da reorganização dos cuidados primários nos cuidados hospitalares são algumas das preocupações da Ordem dos Enfermeiros.
No debate foi ainda analisado “até que ponto estas medidas de austeridade interferem na qualidade e na segurança dos cuidados de saúde, em particular nos cuidados de enfermagem”.
“Preocupa-nos o facto de em algumas áreas de saúde haver substituição de pessoal qualificado”, nomeadamente “na resposta dos meios de emergência pré-hospitalar, em que os enfermeiros deviam estar mais incluídos”, sublinhou Jorge Cadete.
A Ordem dos Enfermeiros apresentou no passado dia 18 de janeiro uma providência cautelar contra o despacho que permite aos técnicos de ambulância prestarem cuidados de emergência médica pré-hospitalar.
O despacho, juntamente com n.º 13794/2012 de 24 de outubro, permite agora que os Técnicos de Ambulância e Emergência (TAE) prestem cuidados, até agora reservados a enfermeiros e a médicos, colocando em risco a saúde da população.
Fonte: RTP Notícias, 25 de Janeiro de 2013, por Lusa