O Bloco de Esquerda (BE) acusou o Hospital de Guimarães de “racionamento” da medicação, só a disponibilizando para 15 dias, mas o Ministério da Saúde garante que isso só acontece “desde que não provoque prejuízo ao doente”.
Segundo o BE, aquele “racionamento” obriga as pessoas a dirigirem-se duas vezes por mês ao hospital para obterem a medicação de que necessitam, “o que dificulta adesão à terapêutica, prejudica os utentes e fá-los arcar com custos de transportes que, para muitas, são difíceis de suportar”.
Acrescenta que nem os doentes crónicos escapam à obrigatoriedade de irem duas vezes por mês ao hospital para levantarem a respetiva medicação.
O BE aponta o caso de uma criança que sofre de uma doença rara e crónica (Hiperplasia Supra Renal Congénita), e a quem, até há pouco tempo, era dispensada medicação para 100 dias, enquanto atualmente é apenas para 15.
Diz ainda que o horário da farmácia hospitalar é das 09:30 às 17:30, “o que implica que muitas pessoas que trabalham tenham que faltar ao trabalho duas vezes por mês para poderem levantar os medicamentos”.
O BE levou esta questão à Assembleia da República, em forma de pergunta ao Ministério da Saúde, que agora respondeu, informando que “existe uma orientação de que, preferencialmente, e sempre que o caso clínico o permita, as cedências de medicamentos em ambulatório devem ser para 15 dias”, mas “desde que não provoque prejuízo ao doente, nomeadamente no que respeita à sua situação clínica”.
“Caso contrário, o Centro Hospitalar do Alto Ave [que integra o Hospital de Guimarães] procede à cedência de medicamentos para um prazo mais alargado”, garante o ministério.
Acrescenta que aquele centro hospitalar assegura o fornecimento de medicamentos fora do prazo normal de funcionamento dos seus Serviços Farmacêuticos, incluindo aos sábados.
“As dispensas de medicamentos em ambulatório cumprem integralmente as prescrições médicas, quer no que respeita aos fármacos cedidos, quer no que concerne aos tempos de tratamento. A periodicidade de dispensa não está prevista na prescrição médica, sendo adaptada a cada doente em particular”, acrescenta.
A Lusa contactou o Centro Hospitalar do Alto Ave, que remeteu a sua posição para a resposta do Ministério da Saúde.
Fonte: Correio da Manhã, 14 de Janeiro de 2013