Os sindicatos dos médicos não aceitam a proposta do Ministério da Saúde de um suplemento de 700 euros para os médicos abrangidos pelos novos contratos individuais de trabalho, no regime das 40 horas semanais, que façam mais horas nas Urgências.
Ao que o CM apurou, os sindicatos querem que o valor do suplemento seja integrado na remuneração-base e não uma compensação para as horas feitas na Urgência.
Segundo os sindicatos, se esse valor fosse pago como suplemento não seria recebido pelos médicos de família, que não fazem Urgências, e isso seria “injusto”. Outra questão prende-se com o facto de, em caso de falta por doença, por exemplo, o clínico não receberia o extra.
Assim, os sindicatos não aceitam a proposta do Governo de 2400 euros como salário-base, porque “metade” são para impostos e não pagam o “sacrifício” do trabalho na Urgência, contrapropondo com uma remuneração de três mil euros. O número mínimo de horas nas Urgências também não é consensual: os sindicatos aceitam 16 horas semanais, a tutela avança com 18 horas, depois de ter proposto 24. O ministério afirma que “não existe alteração dos acréscimos remuneratórios por horas extraordinárias”. As questões serão debatidas hoje, entre o ministro Paulo Macedo e os dirigentes do Sindicato Independente dos Médicos e da Federação Nacional dos Médicos.
Faltam otorrinos em Lisboa
Os médicos otorrinos do Hospital de São José (Lisboa) estão a assegurar as urgências nocturnas do Hospital de Santa Maria, a partir das 20h00. Até essa hora, os especialistas asseguram a urgência no São José. Refira-se que o Ministério da Saúde está a desenvolver um processo de reorganização das urgências, tendo encomendado um estudo a um grupo de trabalho. No âmbito da reforma dos serviços de urgência, alguns serviços já foram encerrados, apesar da grande contestação de profissionais e populações.
É o caso do fecho da urgência do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, e da urgência nocturna do Hospital dos Covões, em Coimbra, e do anúncio do fecho da urgência médico-cirúrgica de Torres Vedras.
Fonte: Correio da Manhã, 28 de Agosto de 2012