Um terço optou por não comprar todos os medicamentos prescritos pelo médico
Um terço dos entrevistados num inquérito realizado pela Cegedim e pela Netsonda refere que nos últimos seis meses houve ocasiões em que, por falta de verba, optou por não comprar todos os medicamentos prescritos pelo médico, avança o Diário Digital.
De acordo com o mesmo inquérito, a perda de qualidade do SNS, o preço dos medicamentos e o preço das taxas moderadoras e das consultas no sector privado são as principais preocupações em relação à saúde.
A preferência pelos genéricos é outra das conclusões deste estudo: 69% dos portugueses opta por estes medicamentos. A confiança e a expectativa de maior eficácia foram as razões apontadas pelos restantes 31%, que se afirmaram fiéis à marca.
A automedicação é outro dos temas abordados no inquérito Cegedim/Netsonda: 38% dos portugueses tem por hábito automedicar-se. Apenas 45,3% dos inquiridos afirma cumprir à risca as indicações do médico no que toca à toma de medicamentos. A principal razão apontada é a melhoria dos sintomas ao fim de alguns dias.
No entanto, e apesar desta autonomia em relação aos profissionais de saúde, os enfermeiros, os farmacêuticos e os médicos são os mais considerados da sua área. O sector social é, para os inquiridos, o que apresenta a imagem menos positiva. Mesmo assim, o SNS continua a ser o sistema de saúde mais usado pelos inquiridos (65,5%).
Quando questionados sobre o que mais os preocupa em relação à saúde, os portugueses revelam-se mais receosos em relação à perda de qualidade do SNS, ao preço dos medicamentos e ao preço das taxas moderadoras e das consultas no sector privado.
Para melhorarem a sua saúde, e excluindo a medicação, os inquiridos afirmaram recorrer a práticas como a actividade desportiva ou o reforço dos cuidados com o peso e a alimentação. Do total de entrevistados, 47,9% afirmou praticar desporto (47,9%). A redução de peso preocupa 41,9% dos inquiridos e a redução de sal está presente nos hábitos de 38,2%. Apenas 21% confessou não tomar qualquer medida.
A procura de informação é outro dos hábitos que se está a instalar na sociedade portuguesa. Cada vez mais informados sobre terapêuticas e tratamentos, 70,5% dos inquiridos afirma ter por hábito procurar informação sobre a medicação que lhe é prescrita em suportes como a Internet e livros.
A recolha de informação decorreu entre os dias 2 e 10 de Maio de 2012, tendo sido realizada online através do Painel Netsonda, constituído por mais de 100 mil participantes, registados voluntariamente desde o ano 2000, através de campanhas de recrutamento diversificadas.
A convocatória foi aleatória dentro do Painel da Netsonda de forma a permitir o perfil sócio-demográfico pretendido. A amostra para o estudo foi definida como indivíduos de ambos os sexos com 18 ou mais anos de idade, de todo o território nacional tendo sido realizadas 1.051 entrevistas validadas, o que corresponde a uma margem de erro de +/-3%, para um intervalo de confiança de 95%.
Fonte: RCM Pharma, 31 de Julho de 2012