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Portugal perdeu mais de meio milhar de extensões de centros de saúde

A reorganização dos serviços de saúde levou, nos últimos anos, ao agrupamento de umas estruturas e ao encerramento de outras, como extensões de saúde e maternidades, um pouco por todo o país, avança a agência Lusa.

De acordo com os dados constantes no Portal da Saúde, existem actualmente no país 1.405 extensões de saúde, um decréscimo de 557 em pouco mais de uma década quando comparado com os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2000 (1.962 extensões de saúde existentes no território nacional).

Segundo os dados existentes nas duas instituições, o distrito de Aveiro será aquele que mais extensões de saúde perdeu nos últimos 12 anos, enquanto o interior do país foi o que menos extensões de saúde viu encerrar.

Com uma possível margem de erro – tanto nos dados do INE, dependentes da resposta das instituições ao pedido de dados, como nos do Portal da Saúde -, os distritos de Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Beja, Évora são os que tiveram menos encerramentos.

Assim, de acordo com esses dados, de 2000 para 2012, Aveiro passou de um total de 144 extensões de saúde para 45, Beja de 87 para 83, Braga de 82 para 31, Bragança de 87 para 71, Castelo Branco de 138 para 136, Coimbra de 149 para 108, Évora de 86 para 81, Faro de 69 para 58.

Guarda terá perdido quatro extensões, de 85 para 81, Leiria 16, de 106 para 90, Lisboa passou de 159 para 93, Portalegre de 75 para 76 (o único distrito a mostrar um aumento), Porto de 107 para 62, Santarém de 174 para 148, Setúbal de 89 para 60, Viana do Castelo de 36 para 21, Vila Real de 45 para 21, Viseu de 71 para 60.

Os encerramentos de extensões de saúde ocorreram igualmente nas regiões autónomas dos Açores (de 107 para 63) e da Madeira (de 37 para 2).

De acordo com os dados disponíveis no INE, a reorganização dos cuidados primários deu origem a um acréscimo do número de centros de saúde (sem internamento), que passaram de 306 em 2000 para 352 em 2010, em todo o território nacional.

Já quanto aos profissionais de saúde, o INE refere que o número de clínicos de medicina geral e familiar tem vindo a crescer, passando de 4.530 em 2000 para 5.410 em 2011.

O número de enfermeiros por mil habitantes passou de 3,7 em 2000 para 6,1 em 2011, ainda segundo os dados do INE.

Numa altura em que decorre a consulta pública para a elaboração de uma carta hospitalar para as especialidades de medicina interna, cirurgia geral, neurologia, obstetrícia, pediatria e infeciologia, a concentração de serviços hospitalares, já reconhecida como inevitável pelo ministro da Saúde, volta a estar na ordem do dia.

Com a quebra da natalidade, o rácio de 1.500 nascimentos/ano como essencial para garantir segurança técnica nos blocos de partos faz regressar o espetro do encerramento de maternidades, embora Paulo Macedo tenha já assegurado que a regra é manter uma maternidade a uma hora de distância de qualquer localidade.

Nos últimos 20 anos, encerraram no país cerca de 140 blocos de partos, tendo o último grande movimento de encerramentos ocorrido em 2006/2007, com o fecho de nove maternidades (Figueira da Foz, Mirandela, Barcelos, Lamego, Santo Tirso, Elvas, Amarante, Chaves, Oliveira de Azeméis) a gerar uma onda de contestação contra o então ministro Correia de Campos.

Fonte: rcm pharma, 13 de Julho de 2012

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