A despesa com medicamentos vendidos nas farmácias e dispensados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde diminuiu nos primeiros quatro meses deste ano, segundo indicadores divulgados esta segunda-feira pela autoridade que regula o setor.
O documento, que pode ser consultada no site do Infarmed, revela que o mercado total de medicamentos vendidos em farmácias diminuiu 10,4% entre janeiro e abril de 2012 (888,5 milhões de euros) comparativamente a igual período de 2011 (992,1 milhões de euros).
Neste período registou-se um aumento em volume: mais 1,9%, o que representa um acréscimo de 1,4 milhões de embalagens.
Os autores do documento (Observatório do Medicamento e Produtos de Saúde do Infarmed) atribuem este comportamento à diminuição de preços decorrente da alteração das margens de comercialização implementada em janeiro deste ano, cujo prazo de escoamento terminou no final de março”.
Em relação aos genéricos, este segmento registou uma redução de 17,6% em valor e um crescimento de 17,4% em volume, entre janeiro e abril de 2012, face ao período homólogo de 2011.
O documento indica que, “no mercado do SNS, os encargos com medicamentos, no período de janeiro a abril de 2012, foram 413,9 milhões de euros”.
Trata-se de um valor que “reflete uma diminuição de 3,5% face ao período homólogo de 2011. Relativamente ao anterior mês de março de 2012, os encargos do SNS apresentaram uma redução mensal de 11,6%”, o que se deve ao fato de, a partir de abril deste ano, já vigorarem em todas as embalagens as novas margens de comercialização.
Neste período, a redução dos encargos do SNS com medicamentos foi de 2,5%, enquanto os encargos dos utentes diminuíram 1,8%.
Em relação aos 52 hospitais do SNS com gestão pública, o relatório refere que nestes a despesa com medicamentos no primeiro quadrimestre deste ano foi de 343,5 milhões de euros (menos 1,7% do que em período homólogo).
Os hospitais que mais contribuíram para o decréscimo observado foram o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Hospitais da Universidade de Coimbra e Hospital Garcia de Orta, segundo o documento.
A despesa em ambulatório – consulta externa, hospital de dia e cirurgia de ambulatório – foi de 256,3 milhões de euros, o que constitui 74,6% da despesa total.
“O elevado peso do ambulatório hospitalar deve-se essencialmente à despesa com medicamentos cedidos nos serviços farmacêuticos (de que são exemplos a terapêutica para o VIH, artrite reumatoide, esclerose múltipla, entre outros) e à maior utilização de medicamentos que são administrados em hospital de dia”.
Fonte: Jornal de Notícias, 27 de Maio de 2012