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Movimento de utentes diz que estão a morrer mais pessoas por não terem dinheiro para ir ao médico

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) garantiu nesta quarta-feira que estão a morrer mais portugueses do que no ano passado porque há muitas pessoas que já não vão ao médico por falta de dinheiro.

“Há muita gente que já não vai ao médico, há muita gente que já não tem acesso aos cuidados de saúde. E, por isso, em Fevereiro deste ano morreram mais pessoas do que em Fevereiro do ano passado”, disse Luísa Ramos, do grupo permanente do MUSP.

“A redução dos salários e das pensões, o aumento do custo de vida, o roubo dos subsídios [de férias e de Natal] estão a aumentar os constrangimentos e as dificuldades de toda a gente que vive do seu trabalho, da sua pensão, aos cuidados de saúde”, acrescentou.

Segundo dados divulgados em Março pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, morreram em Fevereiro 14 mil pessoas, mais quatro mil do que a média para aquele mês nos últimos 10 anos.

Luísa Ramos defendeu também a abolição das taxas moderadoras, lembrando que “a justiça fiscal não se faz no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas no ato de cobrar impostos”.

“Mas toda a gente sabe quem paga impostos neste país e quem põe os lucros em ‘offshores’”, disse.

Luísa Ramos falava aos jornalistas numa conferência de imprensa para anunciar a jornada de luta em defesa do SNS, promovida pelo MUSP e por sindicatos afectos à CGTP, que terá lugar no próximo sábado em 14 localidades diferentes, um pouco por todo o país.

Na conferência de imprensa, o coordenador da União de Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão, manifestou preocupação com eventuais “interesses especulativos” em torno do Hospital Ortopédico do Outão, lembrando que se trata de um espaço com uma localização privilegiada, na orla da serra da Arrábida.

No distrito de Setúbal está prevista a realização de uma marcha lenta, a partir de diversas localidades do litoral alentejano, que culminam com uma concentração na Praça da República, em Grândola, e um desfile entre a Praça do Brasil e a Praça do Bocage, em Setúbal.

A jornada de luta em defesa do SNS, que é simultaneamente um protesto contra o aumento das taxas moderadoras e o encerramento de diversas unidades de saúde, terá lugar nas cidades de Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Santarém, Beja, Évora, Portalegre, Seia, Setúbal, Faro e Portimão.

Todas as manifestações terão lugar no sábado, a partir das 15hh30, com excepção das que estão agendadas para Faro e Portimão, que se realizam um dia antes, na sexta-feira.

Fonte: Público, 11 de Abril de 2012

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