Telefonar ou mandar um email para o médico de família pode custar três euros em alguns Centros de Saúde.
A TSF avança hoje que alguns Centros de Saúde estão a cobrar aos utentes que telefonam e envia emails para os médicos de família, argumentando que a cobrança deste serviço está prevista na portaria com as novas taxas moderadoras, que identifica “consultas sem a presença do utente” como actos de assistência médica que podem resultar num “aconselhamento, prescrição ou encaminhamento para outro serviço”.
Segundo a rádio, alguns Centros de Saúde cobram os três euros por qualquer contacto telefónico com o médico de família, mesmo que envolva um simples aconselhamento clínico como continuar ou não um medicamento.
Em declarações à TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, considerou que esta cobrança é “absolutamente inaceitável”, argumentando que “não se pode chamar a isso consulta, porque o doente não está presente. Quem vai emitir uma opinião pode nunca ter visto o doente. Não há um acto de consulta não pode ser taxado dessa maneira, nem sequer é um acto de moderação de consumo”. Por isso, o bastonário, apela “para o bom sendo de que um pedido de aconselhamento telefónico de forma alguma seja considerado como estando englobado nesta polémica definição de consulta sem a presença do utente”.
Centros de Saúde cortam no horário de atendimento
A obrigação de cortar no pagamento de horas extras, decorrente do acordo com a troika, está a levar as administrações regionais de saúde a reduzir horários dos centros de saúde – fechar ao fim-de-semana e acabar com as consultas entre as 20 e as 22 horas, avança o Jornal de Notícias.
Até ao fim do mês de Janeiro o Ministério da Saúde, através das Administrações Regionais de Saúde, quer conhecer onde e quanto é que os centros de saúde vão poupar com o fim do pagamento de horas extraordinárias a médicos enfermeiros e funcionários administrativos.
“Dando cumprimento ao desenvolvimento das actuais orientações da política económica e financeira”, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte já deu indicações para que sejam desenvolvidos “todos os esforços no sentido da redução das horas extraordinárias”. Em 2012, a redução no pagamento de trabalho fora do horário normal é de 15%.
Fonte: Económico, 05 de Janeiro de 2012