Médicos protegem-se contra “decisões políticas”
A partir de Janeiro, os médicos passarão a dispor de um seguro que os defende contra “excessos de poupança na Saúde”.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, explicou que este seguro é aplicável a “todos os médicos que tenham de responder por casos de negligência ou má prática médica” e “pode também defender o médico de decisões que resultem em prejuízo para o doente”.
Citado pela Rádio Renascença, o bastonário adianta que, “quando há, por exemplo, um despacho que impede os hospitais – não se sabe por quanto tempo – de comprarem medicamentos inovadores, há o risco de uma administração que sofra de zelo excessivo querer atirar a responsabilidade para cima dos médicos, dizendo: não, nós não compramos porque os senhores não insistiram, não disseram que era central”.
Mediante esta situação, Pedro Nunes defende que “o médico tem toda a possibilidade de se defender e o doente de ser indemnizado por quem assuma a responsabilidade, ou seja, pelo decisor administrador ou político que tomou a decisão que levou à lesão”.
Recorde-se que o Ministro da Saúde, Correia de Campos, proibiu os hospitais de comprarem medicamentos inovadores, até que o INFARMED avalie se os gastos com estes fármacos se justificam, de um ponto de vista custo efectividade.