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Miguel Guimarães apresenta candidatura à Ordem dos Médicos

Depois de Álvaro Beleza ter anunciado a sua candidatura a bastonário da Ordem dos Médicos em início de Setembro, pelo Facebook, o também médico Miguel Guimarães avançou na tarde desta segunda-feira com a apresentação do seu programa eleitoral na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. “Servir os médicos e a medicina portuguesa” são as razões para disputar as eleições que acontecem a 19 de Janeiro de 2017, disse Miguel Guimarães ao PÚBLICO.

Nascido em 1962, no Porto, Miguel Guimarães é presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM) desde 2011. A experiência na instituição é um ponto forte da sua candidatura, considera. O actual bastonário, José Manuel Silva, a quem Miguel Guimarães presta largos elogios, não se recandidata ao cargo que ocupa desde 2011. A OM tem cerca de 49 mil inscritos.

Na Aula Magna da Faculdade de Medicina, num discurso ao qual o PÚBLICO teve acesso, Miguel Guimarães disse lançar-se “nesta caminhada com um objectivo fundamental: assegurar aos médicos a dignidade, o respeito e o valor que merecem na sociedade civil, mas que a pressão do poder político e económico se tem esforçado por diminuir”.

Miguel Guimarães frisou que era necessário defender os médicos de vários factores, nomeadamente “das imposições absurdas do poder político na relação médico-doente”: “Há medidas objectivas para isso e uma delas é o tempo mínimo de consulta.”

Salientou também a necessidade de independência da OM mas disse que esta deveria participar na definição de políticas de saúde, sobretudo nas que interferem com a qualidade. “O papel afirmativo que a Ordem desempenhou nos últimos anos merece o reconhecimento da generalidade dos médicos, mas gerou muitos incómodos em alguns sectores da nossa sociedade”, afirmou.

Uma das propostas que quer apresentar é a de que os directores clínicos nos hospitais sejam nomeados interpares. Outra é a revisão da legislação sobre a carreira para que seja introduzida a possibilidade de os médicos optarem por trabalhar “em regime de dedicação exclusiva”.

As suas propostas assentam, diz, “em seis eixos fundamentais: a relação médico-doente, a qualidade da medicina, a valorização profissional, a solidariedade interpares, a organização da instituição e, finalmente, a política de saúde”. Falou ainda da “urgência em humanizar os cuidados de Saúde” – uma das ideias concretas é a redução das listas de utentes por cada médico de família.

Entretanto, há pelo menos mais uma candidatura anunciada, a de Jorge Torgal, vice-presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa desde 2005 que assumiu vários cargos como o de presidente do INFARMED entre 2010 e 2012. A sua candidatura está disponível num site do candidato na Internet. Já Álvaro Beleza, médico e antigo dirigente do Partido Socialista, anunciou no Facebook que se candidatava.

Fonte: Público, 3 de outubro de 2016

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