O secretário de Estado da Saúde critica quem usa os doentes para aproveitamento político. Leal da Costa diz ser preciso racionalidade na discussão sobre a saúde.
O secretário de Estado da Saúde realçou que a defesa do Sistema Nacional de Saúde (SNS) é uma prioridade do Executivo, num claro recado aos críticos da actuação do Governo nesta matéria.
“Há pessoas que não percebem a diferença entre lutar pela capacitação da cidadania em saúde e defender pagamentos diferenciados por risco do SNS, não são obviamente a mesma coisa. Nunca dissemos uma palavra que pudesse indiciar isso.”
Leal da Costa insiste que o ministério mantém a defesa de um SNS sem exclusões nem restrições mas que para isso é preciso mais prevenção: “O Ministério da Saúde entende que a defesa do SNS e do sistema de saúde em Portugal é uma prioridade absoluta”, insistiu esta quinta-feira, criticando ainda os que acusam o Governo de estar a fazer um racionamento de medicamentos.
Sem nunca citar nomes, o secretário de Estado da Saúde apontou o dedo aos que usam os doentes para tirar dividendos políticos ou comerciais.
Esta é uma situação que vai ser combatida com legislação a aprovar em breve, anunciou Leal da Costa. “Sinceramente, aos doentes que sofrem, pouco interessa se é racionamento ou racionalização. Precisam de confiar em quem os trata, e ter a certeza que quem diz falar em nome deles não está a falar em defesa de outros interesses, sejam eles pessoais, corporativos ou industriais. Estou certo que o que os preocupa é mais a razão do que a ração, mas o que falta na discussão a que todos os dias assistimos é mesmo isso, racionalidade e razoabilidade”
São declarações feitas no encerramento da conferência sobre Saúde, Ciência e Tecnologia, em Lisboa, onde Leal da Costa admitiu que poderá haver problemas pontuais na gestão dos recursos e agradeceu a quem os denuncia, mas deixou críticas a quem “inventa casos” para fazer aproveitamento político.
“Se há casos, e eles poderão existir, de má gestão clínica, de má administração de recursos, da exclusão injustificada de tratamentos necessários, vamos investigá-los, corrigi-los e impedir que se repitam. A quem os denuncia, o nosso agradecimento por nos ajudarem a governar melhor. A quem usar, ou inventar, casos com o intuito de descredibilizar o SNS, gerar a desconfiança e a insegurança das populações, fazendo aproveitamento político ou até mesmo comercial, vai o nosso veemente repúdio”, disse o secretário de Estado.
Fonte: Rádio Renascença, 17 de Janeiro de 2013